O desejo de mudar o corpo ainda com características infantis e buscar uma aparência musculosa leva muitos adolescentes a optar pelo uso de suplementos esportivos com alta concentração de proteína. A alternativa ingerida de forma excessiva, no entanto, pode causar consequências indesejadas.
De acordo com a hebiatra do Hospital Edmundo Vasconcelos, Roberta Bozzetti Cintra, as proteínas, chamadas de macronutrientes, têm papel fundamental no crescimento e desenvolvimento dos jovens, auxiliando na construção e recuperação do tecido corporal. O perigo está em seu consumo excessivo e sem acompanhamento médico.
"O consumo de proteínas deve ser ajustado de forma individual, até mesmo em adolescentes que praticam atividade física de forma mais intensa. Em excesso, esse nutriente pode sobrecarregar os rins, prejudicando a sua função. Caso isso não seja corrigido, pode ocorrer a alteração da função renal e aumento da pressão arterial", cita a especialista.
A especialista aponta que fatores como gênero, faixa etária, desenvolvimento e atividades físicas praticadas são fatores levados em consideração ao definir a dose correta para o organismo do adolescente. Roberta lembra que, a princípio, a recomendação é que a ingestão seja feita a partir da alimentação, e que a suplementação deve acontecer somente com indicação de um profissional.
O alerta cabe também a produtos encontrados com facilidade em supermercados e farmácias, como iogurtes, barrinhas e smoothies proteicos. O fácil acesso aumenta o risco do consumo irregular, representando também riscos à saúde. "Esses produtos devem ser ingeridos somente de forma esporádica e como parte de uma alimentação variada, a fim de evitar danos ao jovem", reforça a hebiatra.
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