A prática atrai diversos adeptos e logo foi incorporada em uma das modalidades esportivas que mais cresce no Brasil: a corrida de rua. Algumas assessorias esportivas e centros de ginástica já incluem na programação o treinamento funcional específico para a corrida. As aulas costumam ser aplicadas de uma a duas vezes na semana e têm duração de 45 minutos a uma hora. Segundo o professor Andrei Achcar, o objetivo principal é corrigir os erros na técnica dos atletas. “Juntamos um trabalho de coordenação motora, equilíbrio e postura dos corredores, que faz com que o corpo fique mais forte e o movimento mais fluido”, explica. Dessa forma, o método minimiza as chances de lesões, já que a posição dos pés, pernas, tronco e braços durante a atividade passa a ser observada com maior cuidado e ainda facilita o desempenho nas pistas. “Há uma maior consciência corporal.
O atleta consegue perceber o motivo de uma dor e logo se corrigir. Fazendo tudo corretamente, não se gasta energia desnecessariamente e se corre com mais saúde e melhores resultados”, argumenta o instrutor de corrida. O palco da aula varia entre o asfalto, a grama e a areia. A variação de terrenos é explicada como uma forma de fortalecer os músculos e os tendões dos pés e das pernas, regiões que mais tendem a sofrer com a atividade. Na areia, por exemplo, em que a pisada ocorre de forma irregular, o esportista passa a ter maior força, já que o pé está trabalhando mais do que o normal e, assim, há um ganho na estabilidade. “Competi na Volta à Ilha, na última semana, e passei por trechos bastante diferenciados.
Antes, eu sentiria dores principalmente no joelho e nas articulações, mas eu aguentei fazer tudo”, comemora o bancário aposentado José Marcelo de Souza, que, há um ano, é adepto do treinamento funcional. 500 calorias - Gasto calórico médio de um praticante após aula de treinamento funcional de corrida Juntamos um trabalho de coordenação motora, equilíbrio e postura dos corredores, que faz com que o corpo fique mais forte o movimento mais fluido” Andrei Achcar, professor de corrida Resultados incontestáveis Estima-se que os alunos consumam, em média, 500 calorias ao término de uma aula de treinamento funcional. Resultado merecido quando avaliado o tamanho do esforço. “Nos primeiros 10 minutos de treino, a pessoa quer ir embora, pois cansa muito”, conta a analista de sistemas Márcia Saul, corredora há cinco anos, que, de 2007 para cá, perdeu 15kg. “Mas vale a pena. Melhorei muito a minha postura e não sinto mais um cansaço enorme nas pernas. Sem contar que a aula é divertida, a gente dá muita risada”, diz. José Marcelo de Souza, que inicialmente enxergou na corrida a saída para diminuir as taxas de colesterol e de glicemia, logo incorporou metas à atividade.
O resultado é comprovado no cronômetro. “Antes, eu fazia 10km em 1h20. Em um ano, concluo o mesmo percurso em 1h05. Realmente dá um ânimo a mais”, conta o bancário. “Sem contar que agora faço tudo certo e não tenho tantos riscos de lesão”, acrescenta. Complemento com musculação Apesar de fortalecer principalmente as pernas, o abdômen e o tronco, o indicado é que os adeptos do treinamento funcional façam musculação para complementar as atividades. “O funcional reforça o corpo com um trabalho dinâmico e que envolve várias partes ao mesmo tempo. Já os aparelhos atingem diretamente um grupo, e é possível fazer um trabalho direcionado”, explica o instrutor Andrei Achcar.
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