Doença renal é coisa de adulto, certo? Errado. A prevenção e o diagnóstico devem iniciar nos primeiros anos de vida com o acompanhamento médico. “Assim como nos adultos, as doenças renais são muito sutis e apresentam poucos sintomas específicos da doença nas crianças”, sugere o nefrologista Luís Gustavo Trindade.
Caso haja histórico de doenças renais familiares ou anormalidades detectadas na gestação, a avaliação deve ser rigorosa e em intervalos menores. “Se não, o acompanhamento periódico dos rins deve ocorrer geralmente a partir do terceiro ano de vida”, completa.
Certas doenças renais apresentam em média risco de 25% de transmissão genética. “O tecido normal do rim que faz a filtração é substituído por vários cistos, que são bolinhas com conteúdo líquido. Isso pode representar ao longo dos anos a perda da função renal”, chama a atenção.
Diagnóstico e tratamento
A doença renal crônica muitas vezes só é diagnosticada quando está em estágio adiantado, isso porque não há presença de sintomas anteriormente. “É silenciosa e geralmente não apresenta sintomas. Só vai se manifestar depois que estiver em estágio bem avançado. Mesmo assim, os pais precisam ficar atentos aos sinais que podem indicar algum problema renal como inchaço, vômitos frequentes, infecções urinárias, atraso no crescimento, problemas ósseos e anemias de difícil cura”, sugere.
O tratamento pode ser conservador com o uso de medicamentos, ou a hemodiálise ou diálise peritoneal até chegar ao transplante. “A diálise peritoneal é o tratamento mais indicado, pois consiste em trocas de bolsas, e elas podem ocorrer em casa e a criança consegue manter a sua rotina escolar e familiar de maneira mais apropriada”, finaliza
Fonte: Luís Gustavo Trindade é médico especialista em Clínica Médica e faz parte do corpo clínico da rede Mater Dei de Saúde. Possui título de especialista em nefrologia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. Possui especialização em Transplante Renal pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
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