ALIMENTAÇÃO & NUTRIÇÃO

Obesidade: Um problema crônico de saúde que merece atenção

Segundo dados do ministério da saúde, a doença teve um crescimento de 72% nos últimos 13 anos. Cuidados com a alimentação e uma rotina de vida saudável são grandes aliadas para a sua prevenção 

Obesidade: Um problema crônico de saúde que merece atenção Um problema crônico de saúde que merece atenção
Crédito: BANCO DE IMAGENS

A obesidade é uma patologia caracterizada pelo aumento da massa corporal gorda. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, uma em cada quatro pessoas de 18 anos ou mais no Brasil estava obesa, o equivalente a 41 milhões de cidadãos. Já o excesso de peso atingia 60,3% da população de 18 anos de idade ou mais, o que corresponde a 96 milhões de pessoas, sendo 62,6% das mulheres e 57,5% dos homens.  

"A obesidade é uma doença que se define por excesso de gordura corporal e, na prática, é estimada pelo excesso de peso em relação à altura. Existem vários fatores causais que, na maioria das vezes, agem conjuntamente: pré-disposição genética, alimentação, medicamentos, além de motivos neuropsiquiátricos e comportamentais como o sedentarismo, por exemplo. Entre os fatores alimentares destacam-se maus hábitos com a ingestão de alimentos de alto teor calórico", explica Marcelo Eduardo Sproesser, nutrólogo do hospital HSAMP.  

Outro dado importante é que, segundo o Ministério da Saúde, a obesidade teve um crescimento de 72% nos últimos 13 anos, de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019 e sua frequência é igual entre homens e mulheres. "Vale ressaltar que a obesidade também está associada a doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, infarto do miocárdico, insuficiência cardíaca, acidentes vasculares cerebrais e varizes, alterações metabólicas como diabetes mellitus e dislipidemias, sendo a obesidade doença hepática gordurosa e também está relacionada ao maior risco de infecções, hérnias, distúrbios de vesícula biliar, disfunção sexual e distúrbios de ordem psiquiátrica e de interação social", esclarece Dr. Marcelo.  

 

Prevenção e tratamento  

O especialista explica que os dois métodos mais usados de avaliação de obesidade são o índice de massa corpórea (IMC) e a medida da cintura abdominal. "Para calcular o IMC, divide-se o peso do paciente em Kg pelo quadrado da altura em metros. Se estiver entre 25 e 29,9 considera-se sobrepeso e se o cálculo for igual ou maior a 30, diagnostica-se obesidade, que pode ser graduada em riscos progressivamente maiores. Acima de 35, como obesidade de grau dois e, acima de 40, como obesidade grau três", ensina.  

A prevenção da obesidade está baseada em um estilo de vida mais saudável e para combatê-la é fundamental fazer acompanhamento com nutricionista, nutrólogo ou endocrinologista, além de começar a realizar uma reeducação alimentar, ingerindo alimentos saudáveis como vegetais, carnes magras e excluir alimentos industrializados como frituras e fast food, além de praticar atividades físicas regularmente. "Também é importante consultar um especialista precocemente para um diagnóstico mais específico por meio de cálculo de índice de massa corpórea, cintura abdominal e se possível, bioimpedância corporal, avaliando então a eventual necessidade de medidas farmacológicas e iniciando acompanhamento para controle do peso e dos possíveis efeitos colaterais dessas medicações e de doenças associadas", indica.  

O tratamento sem nenhum tipo de medicamento, somente com reeducação alimentar e exercícios físicos, produz resultados em curto prazo, mas o índice da volta de ganho de peso é muito grande, cerca de 90% dos casos. "Cabe ao médico avaliar todo o contexto clínico e juntamente com o paciente a relação risco-benefício do uso de fármacos", alerta.  

"Reafirmo que o uso de dietas de moda não se mostrou efetivo e frequentemente é prejudicial. As dietas Dash e dieta do Mediterrâneo são exceções, mas sua aplicabilidade é prejudicada pelo alto custo e difícil disponibilidade na rotina de vida moderna", finaliza o especialista. 

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