ALIMENTAÇÃO & NUTRIÇÃO

Setembro Amarelo: Veja como a nutrição pode ajudar

As opções de tratamento abrangem medicamentos, terapia e autocuidado. E o autocuidado inclui sono, atividade física e alimentação

Setembro Amarelo: Veja como a nutrição pode ajudar Setembro Amarelo: Veja como a nutrição pode ajudar
Crédito: BANCO DE IMAGENS

Estudos sobre suicídio no mundo deram foco ao problema como sendo um transtorno mental, pois vai contra o instinto de sobrevivência do ser humano. Embora a depressão, bem como outras doenças emocionais, sejam um forte fator de risco para o suicídio, ambos estão relacionados à desesperança. Estudos mostram que depressão e risco de suicídio estão intimamente relacionados, pois a maioria dos pacientes que tentaram ou cometeram suicídio, na verdade, tinham um diagnóstico de depressão ou outro transtorno de humor. Por isso, diagnosticar e tratar a depressão ou outro problema emocional é fundamental. As opções de tratamento abrangem medicamentos, terapia e autocuidado. O autocuidado inclui sono, atividade física e alimentação. Vale lembrar que a comida é tão importante quanto o remédio.  

 

Dieta e bem-estar emocional  

A nutricionista Adriana Stavro ressalta que um fator que contribui para a prevenção e melhora da depressão, são os hábitos alimentares. A meta-análise realizada em 2016 com 21 estudos de dez países, que avaliou padrões dietéticos e risco de depressão, concluiu que o padrão alimentar caracterizado por uma alta ingestão de frutas, vegetais, grãos integrais, peixes, azeite, laticínios com baixo teor de gordura, antioxidantes e a baixa ingestão de alimentos de origem animal, foi aparentemente associada a uma diminuição do risco de depressão. Já um padrão alimentar caracterizado por um alto consumo de carne vermelha e processada, doces, laticínios com alto teor de gordura , manteiga, batatas e molho industrializados ricos em gorduras, e baixo consumo de frutas e vegetais, está associado a um risco aumentado de depressão.  

 

Em outra revisão sistemática e meta-análise de estudos prospectivos de 2018, sobre qualidade da dieta e risco de depressão, mostrou que a adesão a uma dieta de alta qualidade, foi associada a um menor risco de sintomas depressivos. Um índice inflamatório dietético relativamente baixo, também foi associado a uma incidência mais baixa de sintomas. Associação semelhante foi encontrada para o consumo de peixe e vegetais.  

 

Em um ensaio clínico randomizado de melhora dietética para adultos com depressão - realizado em 2017, com 67 indivíduos, divididos em 2 grupos, intervenção e controle - o grupo intervenção na dieta recebeu sessões de aconselhamento nutricional, e se alimentaram com uma dieta mais saudável por 12 semanas. O resultado indicou que a melhora da alimentação pode ser uma estratégia eficaz e acessível para o tratamento, cujos benefícios podem se estender a outras comorbidades comuns.  

Veja alguns nutrientes fundamentais para a saúde emocional que a nutricionista Adriana Stavro destaca:  

Selênio  

Alguns cientistas sugeriram que aumentar a ingestão de selênio pode melhorar o humor, reduzir a ansiedade e diminuir sintomas de depressão. Alguns alimentos fontes de selênio são os grãos integrais, castanha-do-pará, frutos do mar e fígado  

 

Vitamina D  

A vitamina D pode melhorar os sintomas de depressão, foi o que mostrou uma meta-análise de ensaios clínicos randomizados, sobre a eficácia da suplementação de vitamina D envolvendo 948 participantes.  

Além da exposição solar, alguns alimentos como peixes gordurosos, laticínios fortificados, bife de fígado e ovo também fornecem vitamina D.  

 

Ácidos graxos ômega-3 (ʷ3)  

A literatura sobre ʷ3 e tratamento da depressão consiste em afirmações sobre a eficácia no tratamento. Comer fontes alimentares de ʷ3 pode reduzir o risco de transtornos de humor e doenças cerebrais, melhorando a função neural, preservando a bainha de mielina que protege as células nervosas. Boas fontes de ʷ3 incluem o salmão, sardinha, atum, arenque, cavala, linhaça e sementes de chia.  

 

Antioxidantes  

Ansiedade e depressão são os transtornos psiquiátricos induzidos por estresse mais comuns. Existe uma defesa natural antioxidante no sistema biológico, para neutralizar as alterações bioquímicas que ocorrem neste período. A defesa secundária é feita por antioxidantes como a vitamina A, C e E, assim como o betacaroteno, selênio e o zinco, e aminoácidos como cisteína e glutationa. Boas fontes de antioxidantes incluem a abóbora, beterraba, cenoura, couve, damasco seco, melão, ervilha, acerola, brócolis, caju, couve, espinafre, kiwi, laranja, limão, manga, melão, morango, papaia, tomate, arroz integral, amêndoa, amendoim, castanha-do-pará, gema de ovo, gérmen de trigo, milho, óleos vegetais, semente de girassol, aves, cereais integrais, feijões, leite, carne branca, atum, lentilhas, feijões, cebola e alho.  

 

Folato - B9  

A vitamina B9 pode ser eficaz no tratamento da depressão e outros sintomas psiquiátricos. O folato ou ácido fólico, também conhecido como vitamina B9, já é conhecido por ser importante para a saúde, e as evidências da relação entre a depressão e os níveis de folato vêm de vários estudos. A B-9 ajuda a proteger o sistema nervoso e reduz o risco e os sintomas de transtornos de humor e depressão. Os alimentos fontes de folato incluem os vegetais de folhas escuras, frutas frescas, nozes, feijões, grãos integrais, lacticínios, carnes e aves e ovos  

 

Lembre-se, a qualidade é mais importante que a quantidade.  

 

Fonte: Adriana Stavro - Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta - Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein - Mestranda do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo. 

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