ALIMENTAÇÃO & NUTRIÇÃO

Ansiedade da pandemia descontada na comida

Comidas funcionam como um abraço na quarentena e podem ser tratadas como compensatórias, mas o perigo está no exagero e no descontrole

Ansiedade da pandemia descontada na comida Ansiedade da pandemia descontada na comida
Crédito: BANCO DE IMAGENS

Para a médica nutróloga, Dra. Ana Luisa Vilela de São Paulo, a comida proporciona um alívio emocional, principalmente em situações de fragilidade, como essa que o mundo todo está enfrentando. O grande problema está que, em casa, as pessoas estão se dedicando muito tempo a culinária, mas nem sempre fazem isso com cautela. "Além desse período desencadear um descontrole e consequente aumento de peso, pode ainda abrir espaço para outras doenças como diabetes, hipertensão, colesterol...e por aí vai", alerta.  

Para entender melhor, a médica separou algumas divisões que fazem entender um pouco mais sobre a alimentação e o vínculo emocional.  

 

• Comidas nostálgicas: são aquelas que remetem a uma época boa, mas que não se tem mais o costume daquele prato. "Pode ser o simples arroz com feijão ou uma mania que se tinha há tempos de como montar um lanche, por exemplo, mas a pessoa gosta de se sentir reconectado com as suas raízes através daquela comida", diz.  

 

• Comidas de indulgência: são os fast foods e alimentos gordurosos. "Esses recompensam o prazer no momento de tristeza".  

 

• Comidas de conveniência: aqueles que não exigem preparo como industrializados e tudo preza pela praticidade. "Sucos de caixinha, lasanha congelada, salgadinhos de pacote...", lembra a médica.  

• Comidas de conforto físico: são os alimentos e bebidas que oferecem o prazer físico imediato e momentâneo. "As bebidas alcoólicas, sorvete, um chocolate ou qualquer alimento com muito açúcar que proporcione uma resposta rápida do cérebro", avisa.  

Dra Ana explica que o sistema de recompensa cerebral estabelece sensações como bem-estar, conforto, prazer e saciedade porque é composto por neurônios que se comunicam entre si por meio de um neurotransmissor que é a dopamina. "Os alimentos ricos em açúcar estimulam a maior quantidade de dopamina. Com mais dopamina há uma melhora no sistema de recompensa. Além disso, as altas fontes de carboidratos, especialmente os simples, fazem com que o corpo produza mais insulina e aumente a energia, o que irá proporcionar uma sensação de bem-estar. Mas, tudo isso é momentâneo, não podemos esquecer que a pandemia vai passar e que é difícil correr atrás do prejuízo depois. No mais, agora é hora de cuidar da saúde, mais do que nunca", finaliza. 

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