SAÚDE

Qual a relação entre dor nas costas e a pandemia?

Especialista em saúde da coluna comenta principais aspectos

Qual a relação entre dor nas costas e a pandemia? Qual a relação entre dor nas costas e a pandemia?
Crédito: BANCO DE IMAGENS

Desde o início da pandemia, a dor nas costas ocupou uma posição de destaque na vida dos brasileiros. Entre as causas mais comuns estão relatos de pacientes afetados pela COVID-19, mas também toda uma alteração na rotina de adultos e crianças.

O Dr. André Evaristo Marcondes, ortopedista e especialista em coluna no Hospital Sírio-Libanês comenta: “Há um conjunto de fatores que levam à maior busca por diagnóstico e controle de dores nas costas nos consultórios, como: ergonomia incorreta para adaptação do trabalho em casa, estresse, falta de alongamento, sedentarismo, excesso de tempo em aparelhos eletrônicos, além da própria evolução de doenças da coluna dentro deste cenário de pandemia”, observa.  

Após elencar a pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) que registrou manifestação em 40% dos entrevistados que não tinham qualquer problema na coluna, a dor nas costas continua uma constante preocupação de saúde pública. Isso levou a Associação Internacional para Estudos da Dor (IASP) a promover a Campanha Global 2021 Ano da Dor nas Costas, com o objetivo de conscientizar jovens e adultos sobre prevenção e gerenciamento da dor, além de reunir informações científicas e colaborar com as comunidades interessadas.

“Historicamente, a coluna lombar é a mais atingida por dores, com cerca de 70% das vezes, mas a cervical tem disputado espaço, sobretudo por adultos e crianças passarem longas horas com a cabeça inclinada para a frente, em exposição a jogos, leituras em eletrônicos ou mesmo em livros físicos”, explica o ortopedista.

Para o Dr. André, salvo em caso de doenças na coluna, medidas preventivas são importantes ferramentas para evitar dores nas costas, manter a coluna saudável e também auxiliar um pouco no controle da dor já instalada.  

“São pequenos hábitos possíveis de serem incorporados à rotina e refletem na qualidade de vida dos indivíduos, como:

 

• Ter apoio total às costas e pés, ao sentar  

• Agachar para usar a força das pernas ao pegar objetos no chão

• Elevar dispositivos eletrônicos e livros à altura dos olhos

• Parar as atividades a cada hora, beber água e fazer um rápido alongamento

• Alimentar-se bem

• Fazer atividades físicas por pelo menos 30 minutos, mesmo em casa

• Tomar sol por pelo menos 20 minutos ao dia

• Buscar atividades de meditação e relaxamento para gerenciar o estresse, entre outras recomendações”.

 

Caso estas recomendações não funcionem, a coluna pode já apresentar alguma patologia, por isso é importante estar atento e, em caso de necessidade, procurar um médico. Na impossibilidade de ir até uma consulta presencial, é possível contar com as opções de telemedicina.

 

Fonte: Dr. André Evaristo Marcondes – Ortopedista Especializado em Coluna - Formado pela Universidade de Marília, fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital do Servidor Público Municipal (SP) e é Especialista em Cirurgia da Coluna pela Faculdade de Medicina do ABC. É membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Coluna (SBC) e da North American Spine Society (NASS). Atualmente, atende no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, AACD e Neuro Ortho Spine Center (N.O.S.).  

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