ALIMENTAÇÃO & NUTRIÇÃO

É possível emagrecer comendo de tudo?

Com a chegada do coronavírus, a fixação pelo corpo perfeito, magro ou sarado a qualquer custo deu lugar à chamada comida afetiva

É possível emagrecer comendo de tudo? O ideal, de acordo com a nutricionista, é adotar escolhas saudáveis como um estilo de vida
Crédito: BANCO DE IMAGENS
Vivemos um tempo em que a maioria das pessoas anda dividida: até antes da pandemia, crescia o número de adeptos às dietas malucas e restritivas. Com a chegada do coronavírus, essa fixação pelo corpo perfeito, magro ou sarado a qualquer custo deu lugar à chamada comida afetiva, na qual a preferência são os alimentos que nos trazem uma sensação de conforto, independente da quantidade de calorias ou valor nutricional. O resultado disso é claro, são os quilos a mais na balança e pessoas seguindo sem conseguir achar um meio termo. 
Segundo a nutricionista comportamental e esportiva Ruth Egg, o ideal para conquistarmos o tal equilíbrio seria fugir das restrições e, ao mesmo tempo, controlar, de maneira consciente, o que comer e a forma como comer, entendendo mais sobre o que é a fome física e a fome emocional.

E seria possível emagrecer comendo de tudo? 
A nutricionista conta que, diferente do que muitos pensam, para perder peso não é necessário fazer dietas absurdas e nem passar fome. “Em meu consultório, atendo inúmeros pacientes que iniciam programas alimentares em que são privados de uma grande quantidade de alimentos. De início, esse tipo de plano pode até dar certo, mas, com o tempo, acaba gerando episódios de compulsão que podem virar transtornos alimentares". 
O ideal, de acordo com Ruth Egg, é adotar escolhas saudáveis como um estilo de vida, mas sem proibir ou rotular alimentos como sendo ‘inimigos’. 
A linha comportamental da nutrição, segundo a especialista, visa fazer com que as pessoas passem a enxergar o que comem de uma forma diferente, sem rótulos, sem culpa e sem peso. 
“A ressignificação dos alimentos faz com que, ao invés da consciência pesada, sintamos prazer, independente do que está sendo ingerido. Se conseguimos equilibrar os desejos do nosso corpo e da nossa mente, entendendo o que é fome física e o que é a fome emocional, conseguimos, sim, emagrecer comendo de tudo.”
Entre as dicas para quem deseja mudar o estilo de vida, Ruth destaca a ida a um nutricionista qualificado que faça um acompanhamento individualizado que vá muito além da prescrição alimentar. De acordo com a especialista, é necessário buscar entender o paciente para além do corpo, mas mentalmente. “É só assim que o indivíduo vai aprender a enxergar a alimentação de forma diferente.”
Ficar longos períodos sem comer também está fora de cogitação, pois quando ofertamos alimentos ao corpo mais vezes durante o dia, é mais fácil driblar a vontade  de atacar a geladeira ou despensa. 
Outra dica da nutricionista é investir em uma boa noite de sono. “O dormir bem faz com que o corpo consiga regular hormônios como a grelina e a leptina, importantes para controlar a fome.”
E, finalmente, mas não menos importante, a prática regular de atividades físicas que, além de ajudarem a controlar o peso e queimar as calorias extras, realizam um papel importantíssimo, liberando hormônios que auxiliam no controle da compulsão alimentar. 

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