O veganismo é um dos movimentos que mais crescem no mundo, e seus seguidores boicotam o uso e consumo de qualquer produto de origem animal. Recentemente, porém, um grande número de influenciadores que promovem esse estilo de vida está abandonando a dieta vegana por motivos de saúde. Apesar de ser possível comer apenas vegetais e manter-se saudável, a dieta vegana possui limitações e deve ser acompanhada sempre por um nutricionista.
"Essa alimentação é restrita em nutrientes que estão presentes ou que têm maior e melhor disponibilidade nutricional em alimentos de origem animal", conta a coordenadora da graduação em Nutrição do Centro Universitário IESB, Patrícia Costa Bezerra. "Veganos precisam fazer uso de suplementos vitamínicos e de minerais específicos. Essa dieta deve sempre ser acompanhada por profissionais especializados", continua.
Em março, a youtuber Yovana Mendoza, que promovia uma dieta contendo apenas alimentos crus, foi extremamente criticada por seus seguidores após um vídeo seu comendo peixe ser publicado por acidente. Logo depois, a influenciadora revelou que havia voltado a comer alimentos de origem animal para reverter problemas de saúde causados pela sua dieta.
"O crudiveganismo, em que a pessoa só come alimentos crus, é especialmente perigoso", conta Patrícia. "Além de restrita em nutrientes, a comida crua pode carregar uma série de micro-organismos, toxinas ou fatores antinutricionais que seriam eliminados pelo processo de cocção", conta.
Outro youtuber que precisou abandonar o veganismo foi o britânico Tim Shieff, praticante de parkour. Ele afirmou que sua saúde estava declinando e incluiu ovos crus e salmão na sua alimentação.
Segundo Patrícia, uma dieta vegana sem acompanhamento profissional pode levar a deficiências de vitaminas que estão envolvidas no funcionamento de sistemas essenciais do nosso organismo, como o próprio sistema nervoso. Algumas deficiências são tão graves que podem afetar o equilíbrio e a marcha da pessoa.
"Um nutricionista deve identificar as necessidades nutricionais do indivíduo, bem como sua fase de desenvolvimento, e avaliar se a opção pretendida não coloca em risco a saúde do paciente naquele momento", conta Patrícia. "Além disso, muitas adequações e reposições de nutrientes serão necessárias. Muitos hábitos e cuidados de saúde também precisam ser incorporados e mantidos a longo prazo", finaliza.
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