ESPORTES & EXERCÍCIOS

O calor e o desempenho físico

O que dizer sobre a influência das altas temperaturas no rendimento dos atletas nos Jogos Olímpicos de Atlanta?

O calor e o desempenho físico O ser humano durante o repouso produz de 75 a 100 calorias por hora
Crédito: BANCO DE IMAGENS

O que dizer sobre a influência das altas temperaturas no rendimento dos atletas nos Jogos Olímpicos de Atlanta? Como se sabe, os jogos serão realizados sob efeito de temperatura perto de 40°C e elevada umidade relativa do ar. Em primeiro lugar, cabe ressaltar que as modalidades que são disputadas em recinto fechado, absolutamente não terão nenhuma influência, uma vez que todos os ginásios são climatizados, e os americanos possuem tecnologia incrível nesta área. Assim sendo, nos esportes que para nós, brasileiros, existe um interesse maior vale destacar o futebol, o ciclismo e o atletismo que serão modalidades disputadas ao ar livre. O calor, na verdade afeta os atletas de eventos de longa duração, para os quais a manutenção da temperatura corporal será um problema difícil de ser superado.

O ser humano durante o repouso produz de 75 a 100 calorias por hora decorrente do metabolismo das células. Quando um atleta realiza um esforço físico intenso, a produção de calor pode ser até 20 vezes maior, ou seja, quase 2.000 calorias por hora! Este calor produzido pelo organismo precisa necessariamente passar para o meio ambiente, caso contrário o corpo literalmente entraria em combustão. Quando a temperatura ambiente é bastante inferior à temperatura do corpo, a principal forma de perder calor é a perda direta ou “irradiação”. No entanto, quando a temperatura ambiente se aproxima da temperatura corporal essa forma de perder calor vai diminuindo até eventualmente se tornar inexistente. Passa a ser cada vez mais importante e fundamental a perda de calor por sudorese e evaporação.

O suor produzido em resposta ao comando do centro regulador da temperatura no cérebro evapora-se da superfície da pele e “esfria” o corpo. Esta evaporação do suor passa muitas vezes a ser praticamente a única forma de perder calor em altas temperaturas. Se o ambiente além de quente possuir umidade relativa do ar elevada, a evaporação é dificultada e torna-se mais difícil perder calor. A sudorese será então muito mais abundante, a sensação de calor mais desconfortável e o risco de desidratação eminente. A adaptação prévia em ambiente quente e úmido será decisiva para uma boa estratégia de reidratação durante provas de longa duração.

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