Se esta resposta já fosse totalmente afirmativa, com certeza haveria, desde já, um enorme investimento em pesquisas no sentido de esclarecer os mecanismos através dos quais o organismo se tornaria capaz de aumentar suas defesas à custa do melhor nível de aptidão física.
O estado atual do conhecimento científico nesta área infelizmente ainda não permite que se possa afirmar que o sistema imunológico é potencializado pelo condicionamento físico. Existem, entretanto, algumas evidências bastante animadoras, fruto de recentes pesquisas desenvolvidas na área.
O que a ciência já confirma é uma enorme influência da prática de exercícios físicos na condição geral de saúde e na qualidade de vida. Estes benefícios constituem-se no resultado das adaptações dos sistemas respiratório, cardiovascular, endócrino, digestivo, e do próprio músculo esquelético, decorrentes de hábitos de vida que incorporam a atividade física regular.
Essas adaptações previnem doenças?
Com certeza sim. À medida que o nosso organismo melhora sua capacidade funcional, nós adquirimos maior reserva energética, passamos a tolerar melhor o desgaste físico diário e diminuímos o "stress" causado pela influência dos diversos agentes do meio em que vivemos.
Este é um mecanismo capaz de prevenir grande parte das doenças mais comuns nos grandes centros urbanos, como a esclerose das artérias, o aumento do colesterol, a hipertensão e a ansiedade, por exemplo. Seria uma das grandes descobertas deste final de século, a comprovação de uma influência positiva e totalmente esclarecida do exercício físico no sistema imunológico. Será que o exercício físico poderá ser visto como uma "vacina" contra o câncer e outras doenças que dependem essencialmente da nossa resposta imunológica?
Nos Estados Unidos, a imprensa publicou recentemente um artigo no qual se discute criticamente o resultado prático em termos de redução de mortalidade do enorme investimento aplicado nos últimos 30 anos em pesquisas no combate ao câncer. A triste conclusão é que se hoje existe uma pequena redução nos índices de mortalidade pelo câncer, isso se deve ao grande desenvolvimento da Medicina nos meios de diagnóstico precoce da doença.
A tendência dos financiamentos de pesquisa a partir de agora será a da valorização cada vez maior dos métodos de prevenção. Neste sentido, as pesquisas que relacionam exercício e imunologia serão bastante favorecidas. Resta agora aguardar a divulgação de resultados cada vez mais animadores!
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