A carnitina nada mais é a união de dois aminoácidos: metionina e lisina. Portanto, faz dela um aminoácido certo? A resposta é sim. Mas também sabemos que ela usa nossa gordura (ácidos graxos) para a produção de ATP (energia), levando-a para a mitocôndria na β-oxidação. Agora, classificamos em aminoácido ou termogênico? Para entendermos porque a carnitina já existe no nosso organismo, temos que entender onde se encaixam seus aminoácidos precursores, ou seja, metionina e lisina, os quais são aminoácidos essenciais e, em qual momento ela é ativada para a queima de A.G. Os aminoácidos são divididos em dois grupos: • Essenciais: aqueles que nosso organismo não sintetiza e deve vir da alimentação diversificada. São eles: Fenilanina, valina, triptofano, metionina, treonina, leucina, isoleucina, lisina e histidina; •
Não essenciais: aminoácidos que nosso corpo sintetiza naturalmente. São eles: Arginina, glicina, serina, alanina, cisteína, prolina, asparagina, ácido aspártico, ácido glutâmico, tirosina e glicina. A junção dos dois aminoácidos essenciais, que são a metionina e a lisina, dão origem a L-Carnitina, que se classifica no grupo dos não essenciais já que são encontrados nos tecidos musculares. Logo, a resposta seria: a carnitina é um aminoácido. Mas, destaco que em um período longo, sem a primeira reserva energética (carboidrato), o hormônio glucagon é ativado e passa a buscar nutrientes nos tecidos para suprir a deficiência de energia. Assim, torna-se um hormônio catabólico, antagônico à insulina que é anabólica. Iniciam-se as reações de quebra, as “lises” e as sintetizadoras, “gêneses”. Primeiramente, a glicólise (degradação da glicose para produção de ATP).
Logo após, nosso organismo ativa a glicogênese (síntese de glicogênio a partir de glicose) e então, a glicogenólise (degradação do glicogênio para síntese de glicose). A partir daí, nosso organismo entra em gliconeogênese (síntese de glicose a partir de compostos que não são carboidratos) e usa como energia aminoácidos, lactato e o glicerol, que é o mesmo que a quebra dos triglicerídeos do tecido adiposo.
Então seria o mesmo efeito de um termogênico?
Devido a seu papel no metabolismo de ácidos graxos, a Carnitina poderia, teoricamente, influenciar a queima desses nutrientes. Em consequência, poderia haver uma economia de glicogênio e o aumento do desempenho. Ela também poderia ser consumida com o objetivo de diminuir a quantidade de gordura corporal¹. Tendo em vista que a carnitina é um componente responsável pelo transporte de ácidos graxos para a β-oxidação na célula, seu efeito termogênico é dado graças ao organismo entrar no período pós-absortivo (de 6 a 12 h após ingestão alimentar) e ter que buscar uma fonte de energia, que devido ao longo período sem alimento guardado, essa fonte seria os triglicerídeos do tecido adiposo e as proteínas do tecido muscular. Como indicador da lipólise é encontrado no fígado o aminoácido alanina, o qual é resultado da quebra parcial das proteínas do tecido muscular (Transaminação). Dessa forma, está explicado o efeito fatburner da carnitina, pois em situações onde não encontramos mais guardados os estoques de glicogênio e glicose exógena, a quebra de tecido adiposo seria a nossa segunda fonte energética para produção de ATP e a carnitina, vinda da alimentação ou suplementação, só potencializa o que nosso organismo já faria normalmente.
Onde encontramos a carnitina?
Em alimentos derivados do leite e carne vermelha, em geral de origem animal. Vale ressaltar que nosso organismo já produz a carnitina. A encontrada no tecido muscular é o estereoisômero L-Carnitina (L porque o grupamento amina está do lado esquerdo). Muitos utilizam a carnitina junto com outros nutrientes e minerais, devido a seu transporte direto para a mitocôndria, o que é muito válido se o assunto é o peso. Todo cuidado para não abusar de longos períodos de treinamento sem carboidratos, após a segunda reserva energética que são os triglicerídeos do tecido adiposo, uma nova reação de quebra vai buscar ATP no tecido muscular (Proteólise), fazendo você perder massa muscular.
Referências: BACURAU, Reury Frank. Nutrição e suplementação esportiva Reury Frank Bacurau. – 3ªed. São Paulo : Phorte, 2005, 292 p.
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