A pele é o maior órgão do corpo humano, e suas células passam por uma renovação constante durante toda a vida. Quando qualquer indivíduo sofre alguma lesão na pele, seja ele um corte, arranhão, cirurgia, tatuagem, etc., aquele espaço agredido aumenta sua atividade de multiplicação celular. Isso é normal e faz parte do processo de renovação do local afetado. Porém, em algumas pessoas, as células que deveriam apenas preencher o espaço deixado pela lesão, continuam se reproduzindo mesmo após o preenchimento deste espaço, o que resulta em uma cicatriz hipertrófica ou em um quelóide. “O quelóide é uma hipertrofia, ou seja, aumento no volume das células de um tecido, que ocorre nas lesões em que deveria ter apenas uma simples cicatriz. É uma ‘uma cicatriz que passou do limite e não soube a hora de parar de crescer’”, explica o Dr. Alderson Luiz Pacheco, cirurgião plástico da Clínica Michelangelo, de Curitiba – PR. Segundo o especialista, os quelóides são cicatrizes que se projetam além da superfície da pele, normalmente adquirindo cor avermelhada, e podem apresentar coceira e dor no local. “Além de exagerar no preenchimento da lesão o quelóide pode se estender além do local da lesão” explica Pacheco. Essa reação do organismo não regride espontaneamente e os tratamentos, para obterem um bom resultado, precisam ser muito bem feitos.
“É muito difícil remover completamente um quelóide. A retirada cirúrgica nem sempre é uma boa ideia. Este tipo de tratamento resulta muitas vezes no surgimento de outro quelóide que pode ser ainda maior do que o anterior”, alerta Pacheco. Não se sabe exatamente o que leva alguém a ter essa disposição, mas pessoas de pele mais escura, afro-descendentes, asiáticos, e hispânicos têm maior propensão a formar queloides do que as de outras etnias. Porém, a herança genética também conta pontos. É preciso ver o histórico familiar que pode indicar uma tendência ao seu desenvolvimento. “Os queloides ocorrem principalmente entre a puberdade e os 30 anos, também vale lembrar que durante a gravidez, as mulheres possuem maior tendência a desenvolvê-los” explica Pacheco. Os queloides podem surgir de ferimentos na pele como, acne, queimaduras, varicela, furos nas orelhas, pequenos arranhões, cortes cirúrgicos, feridas traumáticas e locais de vacinação. O diagnóstico é feito com base na aparência da pele ou da cicatriz. Uma biópsia da pele pode ser necessária para descartar outras formações que ocorrem na pele (tumores). Segundo o especialista, os queloides geralmente não representam risco à saúde, mas podem afetar a aparência. Em alguns casos, eles podem diminuir ficar mais lisos e menos visíveis com o passar do tempo. “A exposição ao sol durante o primeiro ano após a formação do queloide fará com que ele fique mais escuro do que a pele ao seu redor. Essa cor mais escura pode ser permanente e o indivíduo pode se incomodar com isso, portanto, é preciso tomar certos cuidados”, alerta o especialista.
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