SAÚDE DA MULHER E DA GESTANTE

Artigo - No Mês da Mulher, um alerta à saúde mental

Psicoterapeuta destaca que atitudes práticas são necessárias para que as mulheres tenham mais qualidade de vida e sofram menos de depressão

Artigo - No Mês da Mulher, um alerta à saúde mental No Mês da Mulher, um alerta à saúde mental
Crédito: BANCO DE IMAGENS

*Por Helen Mavichian - Psicoterapeuta

 

Março é o mês em homenagem às mulheres e ao seu papel na sociedade. A data celebra as muitas conquistas femininas ao longo dos últimos séculos, mas também serve como um alerta sobre os graves problemas de gênero que persistem em todo o mundo. Além de todos os temas importantes que precisam ser lembrados, não podemos deixar de destacar e falar sobre a saúde mental das mulheres e das questões psicológicas que atravessam a vida de todas ou da maioria delas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres sofrem muito mais de depressão que os homens, com uma porcentagem de diagnósticos de 70% para elas versus 30% para eles. Ainda de acordo com a OMS, as mulheres jovens, grávidas ou em período pós-parto (puerperal) e idosas representam a maioria das pessoas que sofrem com o transtorno, sendo que o índice de incidência entre elas chega a ser 150% maior do que entre homens. Vale citar também as questões genéticas e hormonais que levam as mulheres a uma maior propensão à doenças de saúde mental, outra causa a ser considerada tem origem cultural e social: a enorme carga emocional decorrente do que se espera da mulher, pelo simples fato de ser mulher, implicando em uma demanda excessiva.  

Uma pesquisa do IBGE de 2019 alega que as mulheres não só realizam o dobro do trabalho no lar, como apenas 78% dos homens fazem sua parte. Enquanto isso, 92% das mulheres se encarregam desse serviço. É importante também pensar nesse quesito dentro da maternidade, levando em consideração que a maioria das mulheres assume o trabalho e a responsabilidade de cuidar de suas crianças na maior parte do tempo, assumindo o desafio de educar e acompanhar seu filho(a), sendo ela uma figura muito importante no desenvolvimento.

Fica, assim, em destaque o papel extremamente relevante da mulher na sociedade, no ambiente profissional, dentro da família e na vida das crianças, sejam elas mães, filhas, tias, avós ou cuidadoras responsáveis. A figura feminina é de grande força, representatividade e potência. Levando tudo isso em consideração, quero estimular a todos a pensar mais sobre como podemos ter atitudes práticas em busca de mais saúde mental às mulheres e de mudanças significativas para a maneira como elas são vistas e reconhecidas pela sociedade. Encontrar uma maneira de equilibrar as demandas da profissão e as divisões das tarefas em casa é crucial para alcançar a igualdade e uma maior qualidade de vida para o universo feminino.  

 

Fonte: Helen Mavichian é psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É graduada em Psicologia, com especialização em Psicopedagogia. Pesquisadora do Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui experiência na área de Psicologia, com ênfase em neuropsicologia e avaliação de leitura e escrita.  

 

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