Para quem convive com a asma, uma simples caminhada pode se tornar um grande desafio. Segundo o DATASUS, banco de dados do Sistema Único de Saúde, ocorrem 350 mil internações pela doença no país todos os anos e há aproximadamente 20 milhões de brasileiros com essa condição. Ao contrário do que sugere o pensamento popular, atividade física pode contribuir para o controle do quadro asmático, até mesmo em níveis moderados e avançados.
De acordo com a coordenadora do curso de Educação Física da Faculdade Anhanguera, professora Elizimara Augusta Pereira Lima, o sedentarismo deve ser evitado por todos, inclusive por pessoas com asma, que podem elevar o risco de crises por conta da imobilidade. “Além dos medicamentos e acompanhamento médico, o ato de se exercitar irá aumentar a resistência e melhorar a função pulmonar, o que beneficia a qualidade de vida do indivíduo”, explica a docente.
A asma é uma doença crônica e comum que afeta os brônquios e bronquíolos que, quando em contato com substâncias irritantes, irão se contrair para evitar que qualquer corpo estranho chegue até os alvéolos -- esse processo dificulta a respiração. Alguns gatilhos podem provocar um acesso asmático, como os ácaros, fungos, pelos e pólens carregados pelo vento, poluição ambiental, fumaça de cigarro, entre outros. Esforços intensos também podem piorar sintomas e provocar broncoespasmos, tosse com chiado no peito e falta de ar.
“Por essa razão, um bom condicionamento físico pode prevenir que o paciente exija mais do que o corpo consegue aguentar em atividades do dia a dia”, explica a especialista. “Não é indicado começar a fazer exercícios abruptamente ou sem acompanhamento de um profissional de Educação Física. O ideal é começar a se mexer aos poucos, para que a evolução seja progressiva”, afirma. “30 minutos de caminhada por dia é o suficiente para iniciar uma vida saudável”, recomenda.
Natação
Um dos esportes com mais resultados para o tratamento da doença é a natação, que trabalha os membros superiores e inferiores ao mesmo tempo e melhora a coordenação respiratória. “A sincronização entre as braçadas e a respiração impede que a asma seja induzida pelo aeróbico, além de fortalecer músculos como o diafragma, otimizar o preparo cardiorrespiratório e aumentar a tolerância para outros exercícios”, explica Elizimara.
A contraindicação para a prática desportiva em piscinas acontece quando o paciente asmático possui alergia ao cloro, que pode causar uma crise dependendo da quantidade da substância na água. “O indivíduo será o primeiro a perceber se há bastante cloro no local, principalmente se a academia for fechada e com aquecimento”, afirma. A professora ressalta, também, que nenhuma atividade irá substituir o tratamento médico e que as ações devem ser feitas em conjunto.
Comentários