A seguir, Dra. Adriana Vilarinho, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD), explica o papel importante da dermatologia nos cuidados com a pele, unhas e cabelos para as mulheres que estão em tratamento de combate ao câncer de mama, já que os mais comuns, como a radioterapia e a quimioterapia, podem causar vários danos e incômodos.
"A região das mamas é naturalmente muito sensível e, ao ser submetida à alta temperatura da radioterapia, a mulher pode sentir coceira, ardência e sensação bem desagradável no local. Por isso, é importante lavar a região das mamas com sabonete neutro, manter a área limpa e seca, evitar produtos à base de álcool e perfumes e não tomar sol no local", ensina.
Se o tratamento for com quimioterapia, podem ocorrer vários efeitos dermatológicos, como ressecamento da pele, coceiras, alterações na pigmentação, surgimento de acne, síndrome mão-pé (ressecamento que pode causar rachaduras, vermelhidão, descamação), problemas nas unhas devido à baixa da imunidade, muita sensibilidade ao sol e a tão conhecida queda dos cabelos.
Para se livrar de qualquer incomodo, Dra. Adriana lista 7 recomendações essenciais para manter a saúde e a autoestima durante o tratamento.
• Ressecamento de pele:
O uso de hidratantes específicos para o corpo e o rosto, que sejam não-comedogênicos (não formadores de cravos), sem perfumes e hipoalergênicos, a fim de minimizar a chance de irritação e alergias;
• Coceiras:
Banhos rápidos e com água morna, são mais indicados. Também é importante não esfregar a pele na hora de secar e hidratar bastante a pele após o banho;
• Alteração na pigmentação:
Evitar exposição ao sol e usar maquiagem hipoalergênica. A pele fica muito sensível durante os tratamentos e, por isso, caso o paciente já possua manchas, é importante aguardar o término da quimioterapia ou radioterapia para verificar a possibilidade de uso de clareadores e ácidos, com um dermatologista;
• Síndrome mão-pé:
Utilizar sabonetes suaves e hidratantes (indicados pelo médico) várias vezes ao dia;
• Unhas:
As condições melhoram com o término da quimioterapia, mas não devem ser utilizados produtos à base de acetona e recomenda-se usar somente esmaltes hipoalergênicos;
• Sensibilidade ao sol:
Manter braços e pernas cobertos (tecidos com proteção UVA e UVB), óculos escuros e chapéus, filtro solar (fator pelo menos 30) e evitar exposição solar das 10h às 15h, mesmo em dias nublados;
• Queda de cabelos:
Alguns cuidados como o uso de toucas com resfriamento, durante a quimioterapia, podem ajudar a minimizar a queda.
Quando necessário, escolher perucas que tenham fita adesiva hipoalergênica, e o recomendado é que seja feito o teste com adesivo no braço por 24 horas, antes de iniciar o uso. Caso opte por perucas coladas por 20 a 30 dias, que a base seja em silicone.
Vale lembrar que, após a liberação médica, podem ser realizadas sessões de laser e intradermoterapia, com medicações e vitaminas que aceleram o crescimento capilar.
Fonte: Dra Adriana Vilarinho: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da AAD - Academia Americana de Dermatologia. Graduada em Medicina e Residência Médica em Dermatologia pela Faculdade de Medicina do ABC - São Paulo. Título de Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Preceptora do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC - 1993 a 2003. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia - SBD - e regional de São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica - SBCD. Membro da American Academy of Dermatology - AAD. Autora do livro "Beleza à Flor da Pele" - Ed. Abril.
Comentários