De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem hoje 41 milhões de pessoas no quadro de obesidade. Segundo o portal de notícias do Governo Federal, gov.br, “a proporção de obesos na população com 20 anos ou mais de idade mais que dobrou no país entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%.
Nesse período, a obesidade feminina subiu de 14,5% para 30,2%, enquanto a obesidade masculina passou de 9,6% para 22,8%”. Para mulheres que pretendem engravidar, existem sim alguns riscos iminentes sobre, porém, existem também tratamentos e cuidados a serem tomados.
O IBGE ainda informou em sua última pesquisa nacional que o excesso de peso atinge 60,3% da população brasileira com 18 anos de idade ou mais, o equivalente a 96 milhões. Nesse índice, 57,5% são homens e 62,6%, mulheres. O portal do Governo ainda ressalta que “a prevalência de excesso de peso aumenta com a idade e ultrapassa os 50% na faixa etária de 25 a 39 anos de idade”.
“Nessa faixa de idade, a proporção de sobrepeso é um pouco mais elevada no sexo masculino (58,3%) do que no feminino (57,0%). No entanto, nos demais grupos etários, os percentuais de excesso de peso eram maiores entre as mulheres. É considerado como excesso de peso o índice de massa corporal (IMC) maior do que 25. A pessoa obesa tem IMC maior do que 30. O IMC é calculado pelo peso em quilograma dividido pelo quadrado da altura em metro”, completa.
Gravidez e obesidade são antónimos um ao outro, mas não deixam de ser possíveis. Quando uma mulher obesa engravida, a preocupação com a saúde dela e, principalmente, do bebê, vem junto. Uma alimentação equilibrada combinada ao acompanhamento médico resolve sim parte desses problemas que podem surgir ao longo de qualquer gestação, seja ela de risco ou não.
No caso da mulher que já se encontra no quadro de obesidade, é preciso ter um cuidado redobrado. Especialistas da Revista Médica de Minas Gerais (RMMG) dizem que ”o ideal é a obtenção do peso normal antes da gravidez, sendo de suma importância não só para a concepção, mas também para se evitarem complicações durante a gravidez”.
“Apesar dessa orientação, muitas mulheres não planejam a gravidez e, mesmo quando o fazem, poucas conseguem alcançar a meta de peso ideal antes de engravidar, pois o tratamento da obesidade requer mudanças no estilo de vida, considerada uma tarefa difícil. No entanto, é fundamental que as mulheres obesas sejam devidamente informadas sobre os riscos da obesidade tanto para ela, quanto para seus filhos e sobre os benefícios da perda de peso”, elucidam.
Conforme alertam, o tratamento inclui melhor estilo de vida, dieta equilibrada e exercício físico, reservando-se o uso de medicamentos e a cirurgia bariátrica como opções de segunda e terceira linhas. Dieta de baixo teor calórico, com percentual adequado de carboidratos, em torno de 50% do valor calórico total e a adequada ingestão de proteínas e gorduras monoinsaturadas reduzem a hiperinsulinemia”.
Ademais, eles frisam que praticar exercício físico, em especial, os aeróbicos, contribui para a perda de peso, redução da glicemia, insulinemia e triglicérides. “Vale ressaltar que as mulheres que foram submetidas à cirurgia bariátrica devem evitar engravidar no período de perda de peso rápido, geralmente entre 12 e 18 meses de pós-operatório, e fazer avaliação nutricional minuciosa com as suplementações necessárias antes e durante a gestação”, perfazem.
Palavras de um especialista no assunto
Bruno Sander é médico endoscopista e traz algumas dicas importantes para quem precisa emagrecer: “Muitas pessoas escutam diversas críticas de pessoas próximas e de quem nem conhecem. Isso pode trazer uma carga emocional muito forte que prejudica todo o tratamento. A melhor dica para isso é sempre buscar pessoas que passam ou já passaram pela mesma situação. Em alguns casos, sempre indicamos grupos de apoio em que o paciente pode compartilhar sua experiência, aflições e conquistas”, declara.
“Outro ponto relevante também é a conscientização de familiares e pessoas próximas que também são uma importante força no tratamento da obesidade. O paciente necessita se sentir acolhido. Em casos em que o familiar possui alguma resistência ou preconceito, também incentivamos o acompanhamento psicológico”.
Além disso, o especialista deixa um lembrete para aqueles que costumam usar a comida para driblar as emoções, o que provoca em grande escala, a obesidade: “Lembre-se da sua tendência para usar os alimentos como apoio, não faça a comida de lenitivo e busque outras fontes de conforto: os amigos, a família, o exercício físico, um bom livro, um banho relaxante, o passeio com o cachorro. Além da comida, o que lhe parece um agrado? Quando esticar a mão para a barra de chocolate, pergunte: “Estou realmente estou com fome de comida? Existe outra coisa que possa me trazer satisfação nesse momento? O que mais poderia preencher o meu vazio?”.
Fonte: Bruno Queiroz Sander, médico cirurgião endoscopista, especialista em gastroenterologia e diretor do Hospital Dia Sander Medical Center, em Belo Horizonte.
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