SAÚDE E SUPLEMENTAÇÃO INFANTIL

Artigo: Obesidade infantil necessita de mais atenção em tempos de isolamento

Segundo dados do IBGE, uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos está acima do peso no Brasil

 

Obesidade infantil necessita de mais atenção em tempos de isolamento Um dos índices que mais chamam atenção informam que a obesidade infantil aumentou dez vezes em 40 anos
Crédito: BANCO DE IMAGENS

*Por Eduardo Rauen – Nutrólogo e Médico do Esporte

Temos que encarar a obesidade infantil, tratar de forma objetiva e com informação de qualidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que haverá, em 2025, 75 milhões de crianças obesas no mundo - a entidade indica que o Brasil deve ocupar a 5ª posição entre os países com maior quantidade de crianças e adolescentes obesos em 2030.  

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos está acima do peso no Brasil. O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de 2019 constatou que 16,33% das crianças nesta faixa etária têm sobrepeso, 9,38% obesidade e 5,22% têm obesidade grave. Nos adolescentes, os números apontam 18% com sobrepeso, 9,53% obesos e 3,98% com obesidade grave.

O agravamento deste problema pode ser uma das consequências do isolamento prolongado pelo qual as crianças brasileiras estão passando. A maioria delas têm praticado menos atividade física e ficam mais tempo em casa, podem aumentar a quantidade de ingestão de alimentos e, especialmente, abusar de comidas não saudáveis. Precisamos olhar para dentro da nossa casa, cuidar dos nossos filhos e dar atenção à obesidade.

Um dos índices que mais chamam atenção informam que a obesidade infantil aumentou dez vezes em 40 anos. Quando a criança é obesa na primeira infância, ela tem 74% de chance de ser um adolescente obeso. O adolescente obeso tem 89% de chance de se tornar um adulto obeso.

Esses dados são considerados cruciais pelo nutrólogo, para que os pais e familiares comecem a tratar imediatamente a obesidade infantil. Vejo a dificuldade dos pais de entenderem. Muitos dizem que uma criança precisa ter ‘um bolinho’ em casa e que quando o filho crescer vai ‘esticar’, terá o chamado estirão e vai emagrecer, mas na realidade não é assim. Precisamos tratar com seriedade a obesidade infantil. O excesso de gordura corporal é fator de risco para uma série de doenças como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, problemas físicos e diversos tipos de câncer.

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