Durante a gestação, muitas mulheres experimentam uma fase de intensas transformações e algumas delas são sentidas nos cabelos, que ficam extremamente brilhantes, densos, proteicos e com crescimento acima da média. “Isso ocorre durante a gestação por conta do estímulo dos hormônios femininos nos cabelos, que ficam em fase anágena, de crescimento. Então toda gestante, a não ser aquelas com deficiência de ferro, anemia ferropriva, deficiência de ácido fólico ou ainda de vitamina D, tem uma qualidade capilar de excelência assim como um crescimento ungueal que acompanha a questão capilar”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. No entanto, no período de pós-parto há uma grande preocupação com a queda dos fios.
De acordo com a médica, enquanto na gestação o aumento dos hormônios femininos provoca uma vasodilatação para o bulbo capilar trazendo mais oxigênio e nutrientes, mantendo os fios na fase de crescimento por longo período, privilegiando o crescimento, o aspecto saudável e a beleza dos fios; no pós-parto acontece uma diminuição acentuada dos hormônios femininos como o estradiol e a progesterona, que durante a gestação mantém os fios fortes, brilhantes e com crescimento acelerado e protegidos da ação dos andróginos.
Este quadro pode começar principalmente nos primeiros quatro a seis meses, pode ocorrer o eflúvio telógeno pós-gestacional, com queda intensa dos fios. “Há uma baixa dos hormônios femininos no pós-parto e no pós-cesárea pelo próprio estresse do período pós-cirúrgico e muitas vezes com casos em que a paciente não dorme o suficiente e não se alimenta como deveria, além da questão da amamentação, o quadro de estresse físico e emocional com alteração hormonal pode levar à queda capilar”, afirma a dermatologista. “Então o que eu recomendo no último trimestre é a introdução de vitaminas para melhorar a performance capilar, melhorando a característica de nutrição para que a gente previna a questão da queda ou a miniaturização dos fios do cabelo, com a perda da densidade e ancoragem dos fios em relação ao couro”, afirma.
Segundo a Dra. Claudia, essa é uma característica importante a ser pensada, observada e prevenida. “Se isso não for feito e o quadro ocorre, nós devemos entrar imediatamente com altas dosagens de vitaminas, checar os níveis férricos e as questões relacionadas aos hormônios femininos e a tireoide, as vitaminas como D, zinco e o ácido fólico; e fazer o uso de substâncias específicas se elas tiverem carência ou a reposição de um aporte nutricional que seja específico para a parte capilar.”
Além disso, alguns cuidados tópicos podem ser colocados em prática, como a utilização de xampus ricos em vitaminas e uso de fatores de crescimento como o cobre peptídeo o fibroblasto ácido. “E, no consultório, após o nascimento, pode ser usada a plataforma de microagulhamento de ouro ou laser fracionado não ablativo que são tratamentos de escolha com excelentes resultados para o crescimento capilar”, finaliza a médica.
Fonte: DRA. CLAUDIA MARÇAL - É médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
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