Muita gente nem imagina, mas o diabetes é uma doença comum
entre os pets. Além de prejudicar a qualidade de vida dos animais, o problema
ainda pode reduzir a sua longevidade. Segundo a American Veterinary Medical
Association (AVMA), o diabetes é mais comum em animais mais velhos e com
sobrepeso, o que ressalta a importância de cuidados preventivos com a saúde dos
nossos amigos.
Segundo Silvana Badra, médica veterinária e gerente de produtos da unidade Pet da MSD Saúde Animal, há outros fatores que também contribuem para o desenvolvimento da doença, como predisposição genética, doenças hormonais (como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo, hipertireoidismo e acromegalia), hiperlipidemia (excesso de gordura no sangue) e o uso excessivo de medicações a base de corticosteroides.
“É preciso estabelecer, junto com o médico veterinário, uma rotina de cuidados com o animal, incluindo atividades físicas e uma dieta adequada. Isso tudo considerando a idade e condição física do animal”, destaca Silvana, que ainda reforça “assim como nós, os animais precisam ter esse tipo de cuidados preventivos para viverem melhor, sem os desconfortos gerados por problemas de saúde”.
Os sinais do diabetes costumam ser diferentes em cães e em gatos, nem sempre se manifestam da mesma forma em todos os pets. Mas há alguns sintomas que devem ligar o sinal de alerta do tutor, como o consumo excessivo de água, aumento da urina, perda de peso (mesmo em casos em que o animal teve aumento do apetite), infecções recorrentes e olhos embaçados (principalmente nos cães).
O diagnóstico precoce da doença é importante para aumentar
as chances de o animal ter qualidade de vida e maior longevidade. Portanto, ao
notar qualquer mudança em seu comportamento, procure um médico veterinário.
Tratamento
Assim que diagnosticado, o pet deve passar por uma
readaptação na rotina, que muitas vezes inclui redução de peso por meio de dieta,
aumento de atividades físicas além da aplicação de insulina. Esta deve ser
prescrita pelo médico veterinário, que também pode recomendar mensurações
frequentes da glicemia, através de amostras de sangue e também a detecção da
glicosúria (presença de glicose na urina), a fim de adequar a dose do
medicamento.
De acordo com Silvana, os tratamentos costumam ser adaptados a cães e gatos, principalmente no que se refere a sua alimentação. Ela lista a principais recomendações a cada um deles:
Cães
- Recomenda-se
uma dieta de alto teor de fibras;
- Exercícios
físicos diários devem ser praticados, considerando os fatores peso, idade e
condições físicas do animal;
- Os tutores
devem considerar castrar as cadelas diagnosticadas com diabetes, já que o
hormônio produzido pelas fêmeas no cio pode desestabilizar o quadro do
diabetes.
Gatos
- Uma dieta
altamente proteica, com baixo índice de carboidrato deve compor a dieta dos
felinos diabéticos;
- Exercícios
diários são recomendados, mas muitas vezes podem ser difíceis de ser
implantados na rotina dos gatos. O seu veterinário poderá ajudá-lo na definição
dessa rotina.
Tratamento adequado
Os cuidados dos tutores com a administração dos medicamentos
é essencial para manter os níveis glicêmicos do pet em dia. Além disso, a
observação constante do comportamento do animal é fundamental para o sucesso
terapêutico, que pode incluir adaptações nas doses de insulina aplicadas.
Segundo Silvana, a escolha da insulina usada no pet leva em
consideração a estrutura química de cada marca e seu tempo de ação. “Com a
escolha correta do tipo de insulina somada ao seu manejo adequado é possível
promover um bom controle e consequentemente proporcionar qualidade de vida para
o paciente e seu tutor”, afirma.
No Brasil, a única insulina de uso veterinário disponível
para o tratamento do diabetes mellitus em cães e gatos é a Caninsulin,
desenvolvida pela MSD Saúde Animal. Seu principal diferencial é que ela é
produzida com insulina suína, estruturalmente idêntica à insulina canina.
Com o intuito de contribuir com o aprimoramento profissional
do médico veterinário a empresa promove ainda o programa “Aqui se Trata
Diabetes”, que traz informações relevantes sobre o diabetes mellitus,
contribuindo para o aumento das taxas de sucesso no controle da doença na
clínica.
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