O autismo e os transtornos do espectro autista (TEA), por sua complexidade de comportamentos, ainda é alvo de muitas pesquisas e estudos, mas dentre as principais características destaca-se a dificuldade na comunicação. A fonoaudióloga Ana Lúcia Duran, comenta que para promover a habilidade da fala, investir neste desenvolvimento ou em outras formas alternativas de expressão é o caminho ideal para a qualidade devida de um autista.
“As manifestações do quadro são muito variáveis e exigem uma compreensão individual para cada caso. É necessário buscar os centros de interesse do autista e a partir daí então elaborar estratégias que possibilitem interação com a sociedade”, fala a especialista.
Ainda nas maneiras de manifesto da linguagem, a fonoaudióloga Nathália Zambotti, comenta que a linguagem tanto receptiva quanto expressiva sempre mostra alteração. “Os autistas, além da dificuldade de comunicação, têm também dificuldade de compreender o mundo à sua volta. Em geral são absolutamente “literais” e não entendem conceitos abstratos e piadas, por exemplo”, diz.
Mas, graças aos avanços dos estudos em neurociência surgiram alguns métodos de intervenção no autismo como é o caso do ABA ou do TEACCH que são baseados nas teorias comportamentais e embora tenham suas particularidades de planejamento e estratégias, ambos quando bem aplicados e estudados, contribuem para o desenvolvimento da comunicação.
“É muito importante que os profissionais envolvidos no tratamento de casos de autismo estejam em constante atualização, pois seu olhar no diagnóstico e intervenção é fundamental, uma vez que é o profissional fonoaudiólogo é que, em geral, após o pediatra, é quem identifica o quadro em primeira mão, pois o atraso de fala e linguagem costuma ser a sintomatologia mais evidente”, fala Ana Lúcia.
Nathália alerta para que a orientação familiar é um dos aspectos mais relevantes no tratamento do autismo. “As estratégias utilizadas no ambiente terapêutico devem ser compartilhadas e repetidas em outras situações da vida do paciente, a fim de promover o desenvolvimento dos recursos de comunicação”.
Os quadros do espectro autista são classificados em leve, moderado e severo, a partir da análise dos comportamentos apresentados.
Vale lembrar que o diagnóstico deve ser realizado por equipe multidisciplinar composta por médico (neurologista ou psiquiatra), fonoaudiólogo e neuropsicólogo.
Embora o prognóstico varie de acordo com as características individuais, na maior parte dos casos, os avanços com o tratamento adequado contribuem para melhorar a comunicação, inserção social, autonomia e qualidade de vida do autista. “O mais essencial é não deixar de buscar ajuda para que a vida dessas pessoas seja mais harmoniosa”, finaliza Ana.
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