Sardinha
Aliada especial do cérebro
Por que faz bem?
Assim como outros peixes de água fria, ela é rica em ácidos graxos ômega-3 (EPA e DHA), reconhecidos por seu poder antioxidante, anti-inflamatório e antiaterosclerótico. “Esses ácidos aumentam a atividade cerebral, modulam a hiperatividade e a depressão e ainda melhoram o desempenho cognitivo”, explica a nutricionista Andréia Naves, diretora da VP Consultoria Nutricional. Isso tudo porque a gordura do bem, da qual a sardinha é uma das mais ricas fontes, serve para encapar os neurônios, protegendo-os e facilitando a comunicação entre eles.
“O cérebro humano é constituído de 65% de gordura, sendo a maior parte composta por DHA, substância fundamental para a constituição do córtex cerebral”, diz a nutróloga Jane Corona. Para o neurologista Paulo Bertolucci, chefe do setor de Neurologia do Comportamento da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é a capacidade de reduzir a concentração de radicais livres no organismo o que faz do peixe um alimento-chave para prevenir e auxiliar no tratamento de problemas relacionados à estrutura cerebral. “Graças à sua função antioxidante, ele diminui consideravelmente as lesões nos neurônios”, garante. Para ajudar, é um alimento barato e facílimo de encontrar.
O ômega-3, do qual a sardinha é uma rica fonte, serve para encapar os neurônios, protegendo-os e facilitando a comunicação entre eles
Ação em outras partes do corpo
Os ácidos graxos da sardinha também fazem bem a outras partes do corpo, além do cérebro. “O consumo regular de peixes ricos em ômega-3 pode diminuir em até 40% o risco de problemas cardiovasculares”, avisa a nutricionista Ana Carolina Moron Gagliardi, doutora em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo (InCor/ HC-FMUSP ). No pulmão, essas substâncias melhoram a transferência de oxigênio em pessoas com insuficiência respiratória ou em fumantes. A suplementação de ômega-3 em fumantes pode auxiliar na prevenção da doença pulmonar obstrutiva crônica, a DPOC . Os ácidos graxos também auxiliam na proteção das células fotossensíveis dos olhos, prevenindo contra a degeneração da mácula – a parte da retina que é responsável pela percepção dos detalhes. Por fim, a vitamina D, presente na sardinha, também auxilia na absorção intestinal do cálcio e do fósforo ingeridos pela alimentação, essenciais para a saúde dos ossos.
Quanto você precisa consumir
O ideal é consumir 150 gramas – o equivalente a 1 filé de peixe médio – pelo menos uma vez por semana. Opte sempre pelo alimento cozido, assado ou grelhado. “No processo de fritura, há uma alteração na molécula de ômega-3, o que diminui suas propriedades antioxidantes. O excesso de óleo também faz que o alimento se torne muito calórico”, adverte o nutricionista Ricardo Zanuto, doutor em Fisiologia e Biofísica. Ervas e especiarias, como coentro, sálvia, tomilho, entre outras, aumentam a ação benéfica do peixe no organismo e ainda valorizam o sabor do prato. “Uma boa pedida é acrescentar um fio de óleo de gergelim quando a sardinha já estiver pronta para o consumo. Ele potencializará a atividade do ômega-3”, ensina Andréia Naves.
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