Em época de vários torneios esportivos e às vésperas das Olimpíadas Rio 2016 – onde serão disputados 42 esportes olímpicos – não dá para negligenciar a saúde dos atletas, principalmente daqueles mais expostos a lesões, como jogadores de futebol, de vôlei e de outros esportes coletivos. As regiões mais afetadas são as pernas, tornozelos, coxas, braços e pés. De acordo com o médico radiologista Lenio Gávio, diretor da Axial Medicina Diagnóstica (MG), além de a ressonância magnética detectar lesões com muita precisão, às vezes o estudo radiográfico de um membro, comparando-o com o lado oposto, é fundamental para diagnosticar alterações do desenvolvimento ou ainda patológicas.
“As imagens de ressonância magnética são criadas com o auxílio de um magneto e um computador, mas somente a parte a ser examinada é devidamente posicionada no equipamento. Determinados casos podem necessitar de contraste (não iodado) para que o médico solicitante possa avaliar as imagens com mais informações. O exame completo tem duração média de 30 minutos e continua sendo muito importante que o paciente leve imagens e resultados anteriores para efeito comparativo”, diz o médico.
Gávio destaca o papel da ressonância magnética na hora de o médico ortopedista definir o tipo de tratamento mais indicado para o atleta. “Esse exame oferece a melhor definição possível para fazer o diagnóstico da lesão, bem como determinar sua extensão e nível de comprometimento. Solicitado por ortopedistas e médicos do esporte geralmente após um exame físico e clínico, é fundamental tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento da recuperação do paciente. Além disso, as imagens da ressonância é que vão determinar se o tratamento mais indicado será conservador ou cirúrgico”.
Atletas profissionais se arriscam a sofrer lesões toda vez que treinam ou competem. Sendo assim, não é surpresa alguma saber que estão entre os profissionais que mais se machucam. Geralmente, a cada dez atletas em atividade, dois se machucam. Ou seja, se machucar faz parte do esporte. A diferença é que, hoje em dia, as lesões têm mais visibilidade tanto dentro dos times, quanto por parte da mídia – representando não só o afastamento do jogador, quanto um prejuízo para o clube. “Quanto mais cedo forem realizados os exames de imagem, mais cedo também o atleta é diagnosticado, tratado e pode voltar a disputar pelo time – além de cumprir toda a agenda dos patrocinadores”, diz Gávio.
O médico também destaca as lesões de repetição. “Há basicamente dois tipos de lesão: a aguda, causada por episódios traumáticos como fraturas, torções, rompimento de ligamento, distensões musculares etc., e a outra é a lesão por repetição. Essas são ainda mais frequentes e muito mais sutis, por isso representam um desafio maior para a medicina diagnóstica. Elas resultam de movimentos repetitivos que acabam causando microtraumas em tendões, ossos e articulações. Neste grupo, os atletas mais prejudicados são os jogadores de tênis, nadadores e maratonistas. Também é muito comum o atleta que está retornando à prática do esporte não perceber que está treinando além da conta – geralmente, para recuperar o tempo em que ficou afastado – e ser acometido por uma lesão de estresse repetitivo. Seja qual for a causa, é sempre muito importante que os atletas contem com uma equipe técnica que avalie se está treinando de modo incorreto, se arriscando a sofrer uma lesão”.
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