Hoje vou abordar de forma breve, sob uma visão neurofisiológica o que acontece dentro do nosso corpo quando contraímos nossos músculos, seja nas tarefas simples de nosso cotidiano, bem como de forma intensa na academia, como por exemplo nos treinos resistidos de musculação, restando sempre aquela velha dúvida, o que será que acontece internamente em nosso corpo quando contraímos ou mexemos determinado músculo esquelético?
Vamos lá...
Anatomicamente falando, os músculos esqueléticos são compostos de fibras musculares que são organizadas em feixes, chamados de fascículos. Cada fibra muscular, possui uma cobertura ou membrana, chamada de sarcolema e é composta de uma substância semelhante a gelatina, denominada de sarcoplasma. Centenas de miofibrilas contráteis e outras estruturas importantes, tais como as mitocôndrias e o retículo sarcoplasmático, estão inclusas no sarcoplasma.
A miofibrila contrátil é composta de unidades e cada unidade é denominada um sarcômero. Cada miofibrila, contém muitos miofilamentos, podendo ser fios finos de duas moléculas de proteínas, actina que corresponde aos filamentos finos ou a miosina, correspondente aos filamentos grossos.
Complicado???
Bom, de acordo com a fisiologia neuromuscular, a contração muscular ocorre por várias etapas e desde o início do estímulo da contração muscular até a sua execução, as etapas são as seguintes:
Um potencial de ação trafega ao longo de um nervo motor até suas terminações nas fibras musculares.
Em cada terminação, o nervo secreta uma pequena quantidade de substância neurotransmissora, a acetilcolina.
Essa acetilcolina atua sobre uma área localizada na membrana da fibra muscular, abrindo numerosos canais acetilcolina-dependentes dentro de moléculas proteicas na membrana da fibra muscular.
A abertura destes canais permite que uma grande quantidade de íons sódio flua para dentro da membrana da fibra muscular no ponto terminal neural. Isso desencadeia potencial de ação na fibra muscular.
O potencial de ação cursa ao longo da membrana da fibra muscular da mesma forma como o potencial de ação cursa pelas membranas neurais.
O potencial de ação despolariza a membrana da fibra muscular e também passa para profundidade da fibra muscular, onde o faz com que o retículo sarcoplasmático libere para as miofibrilas grande quantidade de íons cálcio, que estavam armazenados no interior do retículo sarcoplasmático.
Os íons cálcio provocam grandes forças atrativas entre os filamentos de actina e miosina, fazendo com que eles deslizem entre si, o que constitui o processo contrátil.
Após fração de segundo, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo sarcoplasmático, onde permanecem armazenados até que um novo potencial de ação chegue; essa remoção dos íons cálcio da vizinhança das miofibrilas põe fim à contração.
Como podemos ver, tudo se inicia através de um complexo conjunto de reações neurobioquimicas advindas do nosso cérebro que é transmitida a todo o sistema muscular do nosso corpo, promovendo as contrações necessárias para a manutenção e funções vitais dos seres humanos, haja à vista, que agora nesse momento enquanto vocês leem esse post, contrações musculares estão ocorrendo em nosso corpo, através da bomba propulsora chamada coração que bate 24 horas por dia sem parar e não nos cobra nada por isso a não ser a manutenção de sua saúde no decorrer da vida.
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