SAÚDE

Alopecia androgênica x Hormônios

Hormônios não é algo tão simples e inofensivo

Alopecia androgênica x Hormônios

       Hoje vou falar sobre um mal que muitas vezes se instala na cabeça dos pacientes, chamado de QUEDA de CABELO! Antes de falar sobre os possíveis eventos bioquímicos que se relacionam com a morte dos fiozinhos de cabelo, quero dizer que existem várias possíveis causas para as ALOPECIAS (quedas de cabelo), dentre elas podemos relacionar as causas genéticas, hormonais, alimentares, estresses, imunossupressão, parasitológicas, doenças auto imunes como a ALOPECIA AREATA, dentre outras.

      Nesse artigo, gostaria de destacar a famosa ALOPECIA ANDROGENICA que pode ser induzida por medicamentos de origem hormonal, muitas vezes realizados sob a forma de ciclos hormonais, tendo como usuários não só pacientes do sexo masculino, como mulheres também.

      Mais uma vez, bato na tecla que hormônios não é algo tão simples e inofensivo, como tomar um whey protein ou vitamina, pois se  trata de uma classe de medicamentos com características moleculares muito complexas que ao se ligar a determinados receptores e sofrer ações bioquímicas/ enzimáticas no organismo, desencadeiam uma cascata de transformações intracelulares em determinadas estruturas e órgãos-alvo.

      Coincidentemente um desses órgãos-alvo, pode ser o COURO CABELUDO, comprometendo as famosas madeixas. Existem diversas classes hormonais sintéticas, ambas derivadas do hormônio testosterona, porém com afinidades bioquímicas um pouco diferenciadas umas das outras, sendo justamente aí o problema, pois existem diversas drogas que tem alto teor de se ligar a receptores AR e determinar maior ação de uma enzima chamada 5alfa redutase, que por sinal converte a molécula de testosterona em DHT ou dihidrotestosterona e daí começa o que chamamos de efeito androgênico, determinando uma série de reações virilizantes no homem e na mulher, pois ao se ligar a receptores no folículo capilar, a DHT acaba criando o aumento da ação de SEBUM pela glândula pilosebácea, que triplica sua ação na produção oleosa, causando a obstrução do folículo capilar e posteriormente, dificultando a perfusão sanguínea local e oferta de nutrientes para o folículo capilar.

      Com isso, inicia-se uma degeneração do fio de cabelo, pois o mesmo passará a sofrer danos provenientes da ausência de nutrição folicular, ocasionando a queda de cabelo ou apoptose capilar. Esse é somente um dos eventos, dentre vários que a molécula de DHT ou Dihidrotestosterona, pode causar quando convertida em excesso pelo uso de esteroides anabolizantes com afinidade androgênica.

      Nesse caso, podemos dizer que todo o cuidado é pouco, principalmente para pacientes que já tem uma tendência genética individual para Alopecia e perda de cabelo.

      Existem técnicas para inibição de algumas reações desagradáveis que os medicamentos podem causar pelo seu percurso bioquímico no organismo humano, porém drogas altamente androgênicas estão sempre relacionadas com maiores eventos colaterais que muitas vezes poderão ser irreversíveis, especialmente nas mulheres que sofrem mais a ação da DHT, justamente pela própria sensibilidade, tendo como sinais clínicos e sintomas não somente a queda de cabelo e sim demais efeitos provenientes do evento de virilização, como alterações vocálicas (voz), crescimento de pelos corporais (hirsutismo), aumento da estrutura vulvar (clitoromegalia), acnes generalizadas pelo corpo, alopecia, alterações hepáticas, alterações renais, irritabilidade e transtornos comportamentais, edema corporal, edema facial, dente outros.

Dr. Edson Carlos Z. Rosa

Cirurgião, Fisiologista e Pesquisador em Ciências Médicas, Cirúrgicas e do Esporte

Diretor do Instituto de Medicina e Fisiologia do Esporte e Exercício (Metaboclinic Institute), Diretor Executivo do Centro Nacional de Ciências Cirúrgicas e Medicina Sistêmica (Cenccimes) / Diretor Executivo da União Brasileira de Médicos-Biocientistas (Unimédica) /  Presidente e Fundador da Ordem Nacional dos Cirurgiões Faciais (ONACIFA), Presidente e Fundador da Sociedade Brasileira de Medicina Humana (SOBRAMEH) e Ordem dos Doutores de Medicina do Brasil - ODMB, Doutor em Ciências Médicas e Cirúrgicas (h.c),

Pós-graduado em Clínica Medica - Medicina interna, Medicina e Fisiologia do Esporte/Exercício, Nutrologia e Nutromedicina, Fisiologia Humana Geral aplicada às Ciências da Saúde.

Escritor e Autor de Diversos Artigos na área de Medicina Geral, Medicina e Endocrinologia do Esporte, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Neurociência e Comportamento Humano.

Fundador-Gestor do e-Comitê Mundial de Médicos do Desporto e Exercício (Official World Group of Sports And Exercise Physicians), Fundador-Gestor Internacional de Cirurgiões Craniomaxilofaciais (The Official World Group of Craniomaxilofaciais Surgeons).

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