Após 18 dias de intensa competitividade, os Jogos Pan-Americanos de Toronto chegaram ao fim no domingo (26). Com uma campanha vitoriosa, o Brasil garantiu o terceiro lugar no quadro geral de medalhas, com um total de 141 medalhas, atrás dos Estados Unidos (265) e Canadá (217).
A delegação nacional faturou coincidentemente o mesmo número da edição de 2011 dos Jogos, disputados em Guadalajara, no México, há quatro anos. Naquela edição, foram 48 ouros, 35 pratas e 58 bronzes. Desta vez o Brasil voltou para casa com 41 ouros, 40 pratas e 60 bronzes. Os Estados Unidos levaram 103 ouros, 81 pratas e 81 bronzes, seguidos do Canadá, com 78 ouros, 69 pratas e 70 bronzes.
O notável desempenho de Thiago Pereira é motivo de orgulho nacional. O atleta entrou para a história como o maior medalhista de todos os tempos da história dos jogos Pan-Americanos, com 23 medalhas, ultrapassando o ginasta cubano Erick Lopez Rios, que ganhou 22 medalhas.
Para o diretor-executivo de Esportes do Comitê Olímpico do Brasil, Marcus Vinícius Freire, apesar da redução no número de ouros, o Brasil conseguiu no Canadá um feito importante: pela primeira vez em 48 anos o País termina com vantagem sobre Cuba e amplia o leque de modalidades no pódio. Os caribenhos deixam Toronto com a quarta melhor campanha da competição, com 97 medalhas (36 de ouro, 27 de prata e 34 de bronze). Em Guadalajara, Cuba foi o segundo colocado, com 136 pódios (58 ouros, 35 pratas e 43 bronzes).
"Ficamos à frente de Cuba com uma margem boa, e cada vez com mais modalidades envolvidas, mais caras novas. Então, o balanço geral é de que foi completamente dentro do planejado no nosso mapa estratégico, em conjunto ao Ministério do Esporte, confederações e com patrocinadores", disse Freire.
O ministro do Esporte, George Hilton, considera que o resultado é também um espelho de uma política de investimentos que injetou mais de R$ 500 milhões desde 2010 nas modalidades que foram disputadas no Pan, entre recursos para atletas, compras de equipamentos, estruturação de centros de treinamento e contratação de profissionais.
"Independentemente de qualquer coisa, avalio a participação como extremamente positiva. Em primeiro lugar porque mais de 70% dos atletas que foram competir lá são bolsistas do Ministério do Esporte, ou seja, pagamos uma bolsa mensal para que eles treinem, financiamos viagens para treinamentos, inclusive fora do País. Em segundo lugar, porque muitas histórias de bolsistas são verdadeiras lições de vida. Temos o Davi Albino, bronze na luta greco-romana, que era flanelinha, perdeu a casa para o tráfico de drogas, e que graças ao Bolsa-Atleta mudou de vida. Hoje recebe a Bolsa Pódio, que tem os valores mais altos pagos por nós", disse o ministro.
Preparação para Rio 2016
Marcus Vinícius Freire sustenta, também, que os Jogos no Canadá tiveram caráter diferenciado para o Brasil em relação a outras edições. "Daqui a um ano, teremos os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e, como serão em casa, não temos necessidade de classificação em todas as modalidades. Em função disso, trouxemos uma delegação mista, com alguns atletas com muita bagagem, como Robert Scheidt, Arthur Zanetti, Rodrigo Pessoa, mas tínhamos muita juventude, com 70% da delegação estreando em Jogos Pan-Americanos. Mais de 80% tinham entre 15 e 25 anos, ou seja, é uma delegação olhando para frente", afirmou.
Na opinião do dirigente, o Pan foi um degrau importante para o Brasil chegar à meta de ficar entre os 10 melhores em 2016. Meta que passa, segundo Vinícius, por uma decisão de dar consistência aos investimentos.
"Nesse quadriênio tivemos um alinhamento importante dos investimentos: Ministério do Esporte, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Defesa e o COB sentaram juntos e botaram os recursos na mesma direção. Escolhemos algumas modalidades como foco, não deixamos nenhuma de lado, então todos os atletas estão tendo a melhor preparação possível, mas focados em algumas que têm mais chances de ganhar medalhas, que vão nos ajudar a chegar ao Top 10", disse.
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