PALAVRA DO ESPECIALISTA

Artigo: Clean Label: Rótulo limpo, corpo saudável

Um simples conceito pode ajudar os consumidores a se sentirem mais seguros para o consumo de alimentos e complementos

Artigo: Clean Label: Rótulo limpo, corpo saudável Rótulo limpo, corpo saudável
Crédito: BANCO DE IMAGENS
*Vinícius Possebon
Preparador físico e coach, criador do Queima de 48 horas, programa de homefitness com mais de 40 mil alunos e da Q48 SuperFoods, loja online de superalimentos Clean Label criados por meio de tecnologias inovadoras

Quando fui apresentado ao conceito de Clean Label, me dei conta de que ele tinha tudo a ver com a minha ideia de vida saudável e com o meu propósito de ajudar as pessoas a conquistarem mais saúde sem que precisem deixar de ser pessoas comuns (sempre refutei a ideia de que só atletas e pessoas com muito tempo livre podem ter corpos bonitos). Gostei da ideia porque percebi que um rótulo limpo, ou seja, com quantidade nula ou quase zero de aditivos artificiais, permite que cada vez mais pessoas se dediquem a novos hábitos mais saudáveis, mesmo com a rotina intensa que levam. Por isso a necessidade de que consumam complementos e alimentos práticos disponíveis nas prateleiras.
Atualmente, a lista de ingredientes e aditivos presentes nos alimentos vendidos no supermercado e em lojas especializadas é muito grande. Entre os mais nocivos, estão o açúcar em forma de sacarose, adoçantes artificiais como aspartame e sucralose, corantes e conservantes artificiais como nitrosamina e nitratos, além do excesso de sódio e gorduras trans. A ideia dos rótulos Clean Label busca fazer com que os ingredientes usados sejam apenas provenientes de elementos naturais.
 
O COMBATE AOS “ANTES” (corantes, adoçantes, conservantes)
Corantes, conservantes e adoçantes são alguns dos elementos que precisam ser reduzidos ao máximo no nosso consumo, e por isso é importante compreender os males que eles podem causar.
Os corantes são aditivos que não têm função nutritiva nenhuma e são desenvolvidos para deixar os produtos mais “atraentes” visualmente. Essa ideia de modificar as características físicas e sensoriais dos alimentos acabou fazendo com que a indústria desenvolvesse elementos como o Caramelo IV, Ponceu 4R e Vermelho 40, por exemplo, que são os mais comuns. 
De acordo com nutricionista, clínica e pós-graduanda em nutrição esportiva Caroline Miato dos Santos (CRN 3-50907), já existem pesquisas comprovando que o excesso desses elementos corantes pode favorecer o surgimento de problemas como o déficit de atenção, hiperatividade, alergias alimentares, entre outros.
 O consumo excessivo de adoçantes como aspartame, acesulfame K, ciclamato, sucralose e sacarina é comprovadamente prejudicial à saúde. Países como Canadá e Estados Unidos já estão proibindo algumas substâncias, como a sacarina. Entre os problemas decorrentes do consumo desse tipo de ingrediente estão a elevação da pressão arterial e o desenvolvimento de neoplasia, que é um tipo de câncer.
Já os conservantes, foram desenvolvidos ao longo do tempo para evitar a proliferação de fungos e bactérias e assim permitir que o alimento demore mais para estragar. Nos tempos antigos, o sal e o açúcar tinham essa função para alguns alimentos. Hoje, o uso de elementos como ácido sórbico, sorbato de potássio, ácido lácteo, nitrito, nitrato, dióxido de enxofre e ácido benzoico podem desenvolver alergias, neoplasias e distúrbios gástricos.
É importante destacar que, na sociedade em que vivemos é muito difícil reduzir o consumo desses ingredientes a zero, pois eles estão presentes em muitos alimentos. No entanto, a ANVISA e o Codex Alimentarius (código alimentar reconhecido internacionalmente) determinam a Ingestão Diária Aceitável (IDA). Por isso é importante se esforçar para reduzir ao máximo o consumo desses elementos e o Clean Label é uma forma de fazer isso.
 
COMO IDENTIFICAR UM RÓTULO CLEAN LABEL?
Os rótulos Clean Label são uma tendência mundial. O conceito ganhou bastante destaque na última edição da Food Ingredients South America, considerada a maior feira de ingredientes alimentícios do mundo e como os consumidores estão cada vez mais atentos para compreender aquilo que consomem, também aumenta a preocupação dos fabricantes em atender essa demanda.
Não há uma organização ou fiscalização de um rótulo Clean Label. Trata-se de um conceito que, assim como a palavra ‘fitness’, se baseia em uma proposta. Mesmo assim, é fácil identificar um produto Clean Label. Um alimento sem esse rótulo terá uma lista muito grande de ingredientes, com nomes de substâncias geralmente desconhecidas, enquanto o Clean Label trará uma lista menor e com nomes de alimentos naturais, pois costumam ter extratos de frutas e vegetais, por exemplo. Um bom exemplo é o uso de acréscimo de fibras, amaranto e quinoa em produtos que se preocupam em não ter aditivos químicos.
Uma das tecnologias capaz de reduzir a quantidade de conservantes e outros ‘antes’ em um complemento ou superalimento de rótulo limpo é chamada de Cool Drying System. Por meio dela, os ingredientes são extraídos e concentrados a frio de forma segura, preservando os nutrientes e mantendo a qualidade microbiológica sem permitir a oxidação e a perda do sabor. Nesse processo, 10kg de vegetais se condensam em 1kg de um produto em pó superconcentrado.
 Um produto Clean Label pode ser considerado também um investimento na saúde. Em um mundo cada vez mais doente, é fundamental que as pessoas evitem alimentos convencionais, repletos de aditivos químicos que contribuem para o desenvolvimento de problemas como obesidade, diabetes, hipertensão e até mesmo câncer. 
 
Meu papel tem sido questionar a maneira como encaramos a atividade física, nossa alimentação o acesso a uma vida com mais qualidade, saúde e, por consequência, felicidade. A próxima vez que estiver diante de um rótulo de alimento, suplemento ou produto alimentício, convido você a fazer o mesmo: questione se o que está ali de fato traz benefícios à sua saúde. Vamos juntos?

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