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Pet: Fitoterapia veterinária

Aprenda a cuidar da saúde do seu bichinho com o auxílio dos fitoterápicos

Pet: Fitoterapia veterinária A fitoterapia veterinária tem a mesma aplicação que a fitoterapia humana.
Crédito: BANCO DE IMAGENS
O uso de plantas medicinais tem aumentado muito e cada dia mais as pessoas buscam opções de tratamentos naturais para si e para seus pets. 

Os trabalhos com plantas medicinais nas diversas áreas e enfermidades que acometem os animais é considerado por muitos pesquisadores um tratamento eficaz, de fácil acesso e baixo custo. Porém, é muito importante saber seus possíveis efeitos com a finalidade de estabelecer o uso correto.

A fitoterapia veterinária tem a mesma aplicação que a fitoterapia humana (como explicado na matéria de capa desta edição) e é utilizada em forma de infusão, decocção, maceração, cataplasma, sumo, chás, banhos, compressas, óleos, extratos, produtos inalatórios e cremes (LIMA et al., 2006 ). 

A fitoterapia é um método bastante semelhante à alopatia (medicina convencional), porém, difere da mesma pelo sistema de produção, pois na fabricação de medicamentos alopáticos são utilizados produtos sintetizados, enquanto nas substâncias fitoterápicas são usadas exclusivamente como matérias-primas ativas os vegetais. 

Lembrando que não é considerado medicamento fitoterápico aquele que, em sua composição inclua substâncias isoladas, de qualquer origem e associações destas com extratos vegetais. 

PLANTAS COM ATIVIDADE GASTROINTESTINAIS 

Tanto a gastrite crônica como aguda, são doenças comuns em cães e gatos; sendo a crônica classificada com base nas características histológicas, como o tipo de infiltrado inflamatório e a presença de fibrose, atrofia ou hipertrofia da mucosa e a aguda, geralmente é uma afecção autolimitada e suave que raramente justifica a confirmação com biopsia. Seu diagnóstico clínico é feito quando ocorre vomito agudo sem causa aparente. As plantas terápicas possuem ação comprovada no tratamento de algumas doenças gastrointestinais em cães e gatos, porém, a maioria das informações é baseada na literatura humana, pois a literatura de ervas em veterinária ainda é relativamente rara (BERSCHNEIDER, 2002). 

A aloe vera (babosa), pode ser utilizada na constipação e tem sido prescrita por ter atividade imune estimulante em feridas. 

A casca do sabugueiro tem propriedades diuréticas, adstringentes, hemostática local e cicatrizante, já́ seus frutos são diuréticos. Deve-se estar atento, pois quando o fruto está insuficientemente maduro, pode causar diarreia. 

As habilidades da calêndula para obter a epitelização e suas propriedades anti-inflamatórias são potencialmente usadas na cicatrização de lesões de úlceras gástricas, orais e na gastrite. 

A camomila tem ação antiespasmódica, antioxidante e antibactericida e tem sido usada no tratamento de úlceras intestinais e gástricas, gastrite e espasmos gastrointestinais, assim como em doenças inflamatórias intestinais. 
O gengibre é usado para dispepsia e doenças motoras, ele tem propriedade antiemética, ajuda na secreção de saliva e sucos gástricos e é antiespasmódico. 

A hortelã, tem propriedades antiespasmódica, carminativa e antibacteriana e tem sido usada na prevenção de náuseas, espasmos gastrointestinais e flatulências. 

O dente de leão é estimulante do apetite e diurético, estimula o líquido biliar, dispepsia e possível flatulência. Tradicionalmente, é usado no tratamento de doenças hepatocelulares e contraindicado nos casos de obstrução do ducto biliar e doenças colestáticas. 

A linhaça é usada na constipação, gastrite, diverticulite e enterite e contém muitas fibras e óleos. A urtiga e a grama apresentam ação diurética e anti-inflamatória, porém a grama possui ainda uma ação ligeiramente antisséptica. 

A cenoura crua ralada e o alho cru ralado (uma colher de chá́) misturados na comida podem aliviar a constipação em cães e gatos. Para constipação em gatos usa-se uma colher de chá́ de farelo de trigo misturado com meia colher de chá́ de manteiga. Também se usa cascas secas de frutas com água como laxante (STEIN, 1993). 
 
PLANTAS COM ATIVIDADE ANTI-HELMÍNTICA 

Muitas plantas têm sido descritas como possuidora de atividade anti-helmíntico. A folha de tabaco com álcool pode ser passada com um algodão no nariz do cachorro eliminando os parasitas que ficam depositados no mesmo. 

O guandu manipulado com sal e mel, ou apenas a sua decocção,  pode ser administrado para cães como antiparasitário. O óleo da erva-santa é usado contra Toxocara canis em cachorros (HAMMOND et al., 1997). A casca do mamão papaia e suas folhas também são usadas para cães como vermífugo.

O alecrim pimenta é uma planta bastante usada como fitoterápico no nordeste brasileiro em função da ação anti -séptica devido aos altos teores de timol. O capim-santo possui atividades anti-helmíntica, antibacteriana, antifúngica, inseticida, diurética e anticarcinogênica, sendo estas propriedades atribuídas aos óleos vólateis a- citral, b-citral e mirceno. 
 
PLANTAS UTILIZADAS EM DERMATOPATIAS 

A pele de cães e gatos pode ser afetada por infecções causadas por fungos, bactérias, protozoários e parasitas. Causando dermatite alérgica a pulgas, sarnas, alopecia, cortes, queimaduras, lesões e feridas decorrentes não só de algum tipo de acidente, mas também decorrentes de algumas doenças (BIRCHARD et al., 1998). 

A polpa da calabaça é aplicada em dermatites, cortes, queimaduras de sol e problemas de pele de cães e tem propriedades repelentes contra pulgas (LANS et al., 2000). O crisântemo de jardim também possui propriedades repelentes para cães e gatos. 

Ao invés de coleiras químicas contra pulgas, que contém gases e que provocam alergias em muitos cães e gatos, pode ser usado uma coleira herbácea impregnada com óleo de poejo, citronela, cedro ou eucalipto. 

O hidraste é usado para problemas na pele e pelagem do animal (STEIN, 1993), é usado em problemas gastrointestinais e possui ação antifúngica. O uso externo da calêndula é indicado quando se pretende ação anti-séptica, anti-inflamatória e cicatrizante. 

A OMS (Organização Mundial de Saúde) indica o gel de aloe vera (babosa) para tratamento de queimaduras de primeiro ou segundo grau ou irritações da pele. Ela também é eficaz para tratar a pele e o pelo de animais e é a erva clássica para queimaduras (STEIN, 1993). 
 
PLANTAS COM ATIVIDADES NEUROLÓGICAS 

Algumas plantas medicinais são de uso calmante, sedativo e relaxante para cães e gatos (CAVALCANTI, 1997), como a passiflora que pode ser usada em excitações constantes de cães com propensão a convulsões; o mentrasto além de suas propriedades citadas anteriormente, é usado no tratamento psicotrópico de gatos (BERSCHNEIDER, 2002) controle da ansiedade e insônia (CUNHA et al., 2003) e a valeriana que é usada como sedativo, relaxante muscular e indutor de sono (CUNHA et al., 2003). 
 
PLANTAS COM EFEITO CICATRIZANTE 

Os ferimentos por mordedura são contaminados com a flora bacteriana oral do animal mordedor, pelas bactérias da pele da vítima e, provavelmente, por organismos do solo e ambiente. 

O uso de fitoterápicos em animais cresceu nos últimos anos, relacionado ao uso em xampus, condicionadores de pelos e repelentes de insetos. 

O número de plantas com princípios ativos de interesse farmacêutico tem aumentado na mesma proporção que os estudos das propriedades existentes em plantas. Alguns extratos de plantas, calêndula, confrei e babosa também, ácidos graxos essenciais já́ são empregadas no tratamento fitoterápico de feridas.  

É impressionante os benefícios dos fitoterápicos em cães e gatos. Mas atenção! A prescrição do veterinário é indispensável. Os fitoterápicos exigem os mesmos cuidados que as drogas alopáticas. Se são utilizados da maneira errada, podem apresentar resultados indesejados.

Dra. Bruna Morales - CRMVsp 26.313
Dr. Kaue Morales - CRMVsp 37.837
Especializados em Medicina Funcional e Nutrição Animal

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