Faça Diferente com Phelipe Praça

Quem está por dentro deste universo bodybuilding, sabe muito bem definir os atletas por suas categorias, isso porque é só bater os olhos para saber em qual delas cada um se encaixa. Isso vale perfeitamente para o atleta deste Faça Diferente. Quem encontra Phelipe Praça na academia, logo de cara já sabe que ele é um atleta Men´s Physique, categoria onde o volume e a definição devem ser moderados e harmoniosos. É só observar o shape em forma de ‘V’ do rapaz para comprovar!

Apaixonado por musculação desde pequeno, Phelipe era fascinado por filmes onde os grandões Arnold Schwarzenegger e Jean Claude Van Dame eram os astros principais. O garoto Phelipe sonhava em ter um físico sarado e forte como o dos atores. Pra isso, investiu pesado em musculação e lá pelos 14 anos já frequentava a academia. A prática esportiva o ajudou ainda como tratamento para as crises de bronquite. “Foi só começar a treinar e nunca mais tive crise alguma. Posso dizer que a musculação me salvou”, conta o atleta.

O universo da academia virou paixão e a dedicação pela prática foi aumentando dia a dia. “Comecei a fazer dieta, mas assim como muita gente que inicia nesse esporte, comia tudo errado e o resultado demorou a acontecer”, diz. Dos 15 aos 16, Phelipe incorporou o Muay Thay também em sua rotina, chegando a disputar campeonatos. Naquela época já imaginava seguir carreira como atleta, mas antes tentou realizar outro sonho: o de ser policial, assim como o pai.

Ele chegou a ter cursos para aprender regras de treinamento tático, mas percebeu que este sonho não seria realidade. “Minha família sempre me apoiou em tudo, mas deu graças a Deus quando desisti da polícia. O mundo de hoje é muito diferente da época em que meu pai trabalhava como policial”.

Foi quando decidiu cursar Educação Física e ali se encontrou. Ao se formar, abriu sua primeira academia e já iniciou o trabalho como professor, sem se esquecer de sempre dar uma atenção especial ao próprio shape. “Ali, na prática, fui aprendendo e me apaixonando ainda mais por este mundo”, lembra.

Entre 2011 e 2012, Phelipe decidiu migrar para o fisiculturismo, quando notou que já tinha potencial para competir. Sergio Gomes foi o primeiro técnico e em sequência começou o trabalho mais efetivo com o coach atual, Ullisses Pedro. O resultado desejado começou a aparecer somente em 2014 quando o nome dele despontou neste meio.

“Fiz muitos sacrifícios, não é uma vida fácil, nem todo mundo entende, é muita restrição. Já teve um Dia das Mães que eu disse à minha: ou meu frango da dieta vai pra mesa ou infelizmente, não poderei participar dessa festividade em casa”, conta. 

Phelipe conta ainda que toda a família mantém bons hábitos, graças ao seu estilo de vida. “Hoje eu sou o modelo da casa. Inclusive minha avó, de 77 anos, frequenta a academia e teve uma melhora fantástica em relação à saúde, tanto na postura, como nas dores pelo corpo. Uma tia parou de fumar e meus pais estão mais disciplinados também”.

Phelipe Praça foi descoberto pela fitness model Norma Oliveira durante uma edição do concurso Garoto Fitness. Na ocasião, Phelipe foi apresentado ao treinador/atleta Sergio Gomes que iniciou a preparação para a vida de atleta. 

Como nem tudo são flores nesta profissão, ele não conseguiu a classificação, mas ficou com um corpo que nunca havia conquistado. A alimentação e o treino corretos despertaram nele um novo interesse pelo esporte, foi quando ele resolveu investir. “A constância leva você a conquistar objetivos; não dá pra inventar fórmulas e receitas: é aquilo”, enfatiza.

Mas nem sempre foi assim. No passado, Phelipe saia do campeonato querendo comer de tudo e acabava estragando toda a preparação. “Hoje tomei consciência do que me faz bem e mal e agora me sinto melhor. A faculdade é a vivência, é o dia a dia, é a prática”, diz. Segundo ele, o Phelipe de hoje tem muito mais maturidade e mais conhecimento.

E toda essa experiência, ele leva também para o prato, seguindo uma dieta restrita e ideal para as competições. A suplementação alimentar também é companheira, já que ela supre todas as necessidades que ele tem na alimentação. 

“Minha infância foi um pouco diferente. Gosto de frequentar as baladas, mas não gosto de beber, então sempre me diverti de outras formas. Fico mais restrito durante as preparações para os campeonatos, mas hoje não me privo tanto como antigamente, pois sei o que comer. Sempre ando com barra de cereal, shakes já preparados, então eu não passo sufoco algum”, conta.

Na rotina, Phelipe acorda geralmente às 6h e faz cardio em jejum, na maioria das vezes. O treino acontece entre 13h30 e 14h. Aos finais de semana, os treinos acabam ficando mais intensos, pois Phelipe se reúne com o coach e com amigos. A média de treino é de 6 por 1, mas toda preparação varia muito. 

Cada treino tem um foco e em cada um deles, ele costuma otimizar determinado grupo muscular para cada deficiência sentida. Atualmente Phelipe trabalha mais os deltoides e está realinhando o peitoral e o miolo do dorso. “Esses são meus pontos fortes, que hoje estão mais fracos, mas de oito a doze semanas eu creio conseguir chegar a este resultado”.

Phelipe nos conta que cada troféu que tem na estante, traz uma história ‘cabulosa’ e o conquistado na Tailândia é um desses. “Cheguei ao país quinze dias antes dos brasileiros para me preparar, para reconhecer o terreno. A preparação teve em média quatro meses, de uma bateria de dieta. Tinha saído do Brasileiro, onde fui overall e depois de um mês e meio, meu shape estava completamente diferente, com uma qualidade absurda. Foi sem dúvidas, o melhor shape de todos”, diz.

Phelipe nunca havia baixado tanto de peso para essa categoria. Sem falar no volume e na simetria que, aos olhos dele estavam perfeitos. Deu discrepância em relação aos tailandeses, que são muito pequenos. “Minha pose, minha cultura e meu carisma foram os diferenciais na hora da prova”. Ele ficou em sexto lugar e acredita que o que dificultou foi não conhecer a língua estrangeira. 

“Sem falar que errei o dia da competição (entrou um dia antes, dificultando o processo de desidratação) e acabei me dando mal. Mas de 52 países, fui o único brasileiro da categoria”, lembra. Esse resultado trouxe a Phelipe, satisfação pessoal, mais conhecimento e reconhecimento público. 

“Recebi muito apoio dos brasileiros, foi extremamente motivador. Passei muitas dificuldades lá fora, fazia quatro treinos por dia para bater meu peso, passei meu aniversário sozinho. A academia do hotel era relativamente boa, mas a falta de opção de alimentos dificultou minha vida. Caprichava no café da manhã, pesava minha comida e trazia o que podia na minha marmita para aguentar o dia todo. Foram vinte dias de puro aprendizado, um perrengue que vou levar para minha vida toda. Valeu muito a pena”, resume. 

Dos quatro últimos anos, este foi o mais tranquilo em termos de competições para o atleta. “Mantive o foco no meu trabalho, com dieta mais tranquila, treinos mais concentrados e foco no negócio. Dei uma relaxada na dieta no início do ano, depois de três meses de off total (inclusive na produção deste Faça Diferente, Phelipe estava voltando ao ritmo de preparação para voltar aos palcos)”.

Depois da classificação no Brasileiro deste ano, ficando com a prata, o atleta e árbitro formado, Phelipe prossegue para o Mundial, na Mongólia, início de inverno com gelo (se prepara, Phelipe!). 

O atleta Phelipe Praça disputa campeonatos de fisiculturismo na categoria Men’s Phsyque. Para tanto, intensifica seus treinos em membros superiores, com ênfase no peitoral e abdômen. O exercício que ele divide com os leitores da SuplementAção mostra perfeitamente essa preocupação do atleta com o peitoral. “Ele serve exatamente para o trapézio e o miolo da dorsal. Confere a estabilização do quadrado lombar e é executado com movimentos diretos e com rotação, semelhante a uma remada curvada”, explica o atleta.

A remada curvada com corda no cross (apoio banco 45º), é um exercício indicado para um nível avançado, tanto para homens como mulheres. A concentração é fundamental e a indicação é uma carga moderada, com exaustão máxima. Não requer auxiliar, pela estabilização do banco, ele é considerado um exercício seguro. 

Para executá-lo, coloque o banco livre na posição 45º em frente à polia do cross e deite sobre o banco em decúbito ventral (com o peito em apoiado no banco). Phelipe orienta para que seja feita a extensão total dos braços para iniciar o movimento com a corda na polia e em seguida, a puxada com os cotovelos fechados até passar do tronco.

“Se quiser valorizar a região lombar para indivíduos já treinados, ao encurtar o movimento, desapoie o peito do banco, estabilizando o tronco apenas com o abdômen. E ao retornar a extensão dos braços, volte com o apoio do peito no banco para terminar a execução do movimento corretamente”, conta o atleta, que já é adepto deste exercício há um bom tempo e vê resultados significativos com a prática do mesmo.

 

Omelete com 10 claras

60g aveia

 

Shake de whey protein

40g de abacate

 

220g de frango

150g de batata doce

5g de BCAA

5g de glutamina

 

200g de frango

150g de arroz

 

180g de peixe

1 colher (sopa) de pasta de amendoim

 

1 scoop de whey protein

200ml de água

40g de caseína micelar

 

 

(Abdômen, peito e tríceps)

 

Supino inclinado 4X10/12/15/20

Supino inclinado 4X12/10/8/6

Supino inclinado com halteres 4X12

Crucifixo no voador 4X25

Supino reto no Smith 3X10/20/30

Paralelas 4X12

Tríceps cross supinado barra reta 3X12/15/20

Tríceps francês cross over 4X15

Tríceps corda 3X15/30/50

Abdominal amplitude máxima 4X30

Crunch cross over 5X15

 

(Abdômen e pernas)

 

Avanço livre com barra 5X10

Leg press inclinado 5X12/10/10/8/8

Extensão de joelhos 5X12

Avanço livre 1X5 minutos

Stiff com barras 4X12

Banco flexor 3X12/15/20

Mesa flexora 4X12/15/20/30

Mesa flexora 4X12/10/8/8

Panturrilha no leg horizontal 4X50

Panturrilha vertical 4X20

Oblíquo hiperextensora 4X20

 

(Bíceps e costas)

Barra fixa anterior 4X10

Remada curvada cross over 4X15

Pull over com halters 4X20

Pulley articulado 4X12

Levantamento terra 4X20

Rosca direta com barra de supino 3X30

Rosca alternada banco 45º 4X12

Rosca direta com halteres 4X10

Rosca inversa cross barra reta 4X15

 

(Abdômen e ombros)

 

Desenvolvimento alternado 4X12

Desenvolvimento em pé na barra guiada 4X12

Remada alta com barra 4X12

Desenvolvimento posterior com barra + elevação lateral sentada 4X12/12

Elevação lateral uni 45º 4X10

Elevação lateral 2X100

Encolhimento com halteres 3X20

Abdominal amplitude máxima 5X20

Crunch cross over 5X20

Elevação de pernas solo 5X20

 

 

1) Coloque o banco livre na posição 45º em frente à polia do cross. Deite sobre o banco em decúbito ventral (com o peito em apoiado no banco). Faça a extensão total dos braços para iniciar o movimento com a corda na polia e em seguida faça a puxada com os cotovelos fechados até passar do tronco.

 

2) Se quiser valorizar a região lombar para indivíduos já treinados, ao encurtar o movimento, desapoie o peito do banco, estabilizando o tronco apenas com o abdômen. E ao retornar a extensão dos braços volte com o apoio do peito no banco para terminar a execução do movimento corretamente.

“Siga orientação de profissionais sérios, para comer e se exercitar da melhor maneira. Buscar informação com o foco correto é fundamental para a conquista de bons resultados. A curiosidade é tudo, mas é preciso saber encontrar a informação correta”.