ALIMENTAÇÃO & NUTRIÇÃO

Dieta: Estilo Paleo

A dieta paleolítica se resume na alimentação exclusiva de alimentos não processados, evitando o consumo de conservantes, colorantes e todo tipo de sabores artificiais. Que tal investir?

Dieta: Estilo Paleo Crédito: BANCO DE IMAGENS

Certamente a palavra paleolítica já foi apresentada a você, bem antes da leitura desta matéria, em tempos passados lá durante as aulas de História. Hoje essa nomenclatura não se restringe apenas à era paleolítica, mas batiza uma dieta que vem ganhando mais e mais adeptos.

A dieta paleolítica na verdade é um estilo de alimentação baseado na alimentação dos nossos ancestrais da era de mesmo nome, no período pré-agricultura/pecuária. Naquela época, a alimentação era feita apenas com os alimentos disponíveis na natureza, ou seja, os coletados (sementes, frutas da época e vegetais) ou caçados (animais).

Já se passaram pelo menos 10 mil anos deste fato e por que adotar este mesmo estilo nos dias atuais? A justificativa é que nosso organismo permanece igual ao do homem ancestral e não teve tempo suficiente para se adaptar às inúmeras modificações alimentares ocorridas com o advento da agricultura, pecuária e, mais recentemente, revolução industrial.

“Todas essas mudanças no modo de se ter acesso aos alimentos impactaram de forma significativa na estrutura e valor nutricional dos alimentos, justificando um aumento da ocorrência de patologias que, naquela época paleolítica, não existiam”, explica a nutricionista Lais Murta.

Segundo a profissional, a dieta paleolítica implica em uma alimentação à base de alimentos naturais, não-processados, ricos em carnes, ovos, tubérculos, vegetais, sementes e algumas frutas. “Todos os alimentos processados, com açúcar ou sal adicionado, grãos (cereais e leguminosas), leite e laticínios, frutas ricas em açúcares e alimentos com aditivos (corantes, conservantes, adoçantes) são excluídos”, afirma.

Como todos esses alimentos são riquíssimos do ponto de vista nutricional, a dieta paleolítica pode ser adotada por qualquer pessoa. E por se tratar de um estilo de alimentação (e de vida), ela pode ser ajustada conforme as necessidades individuais, sendo adaptada conforme o objetivo da pessoa (emagrecimento, ganho de massa muscular, etc).

“Com essa dieta, comemos muito menos toxinas. A ingestão de carnes, frutas, verduras e sementes nos concede todos os nutrientes que necessitamos para levar uma vida saudável. Além disso, o consumo de gorduras boas melhora o estado de nossas artérias e de nossa pele, assim como o funcionamento de nosso cérebro”, explica Vanessa Lodi.

Segundo a profissional, o atrativo principal está no consumo de carne à vontade e a restrição de carboidratos no estilo homem das cavernas. “A dieta paleolítica foi construída com a ideia de que doenças comuns nos dias de hoje (diabetes, distúrbios metabólicos, problemas do coração, obesidade), são respostas do corpo ao excesso de carboidrato, açúcar e alimentos processados impostos pela dieta contemporânea”, afirma.

Também, por se tratar de uma alimentação que naturalmente restringe alimentos alergênicos (como glúten, leite e derivados, cereais e leguminosas) e possui carboidratos complexos ricos em fibras, ela pode ser positiva para o tratamento de várias doenças, como doenças auto-imunes (diabetes tipo 1, Lupus, etc.), melhora de doenças do trato gastro digestivo (azia, má digestão, gastrite, intestino preso, etc.), doenças crônicas (diabetes, pressão alta, obesidade, etc.) e melhora da energia, de uma maneira geral. 

“Vale ressaltar que não se trata de uma "dieta" paleolítica, mas sim de um "estilo" de alimentação paleolítico. E que as necessidades de macronutrientes (proteínas, carboidratos, gorduras) de cada pessoa devem ser respeitadas e ajustadas. Mas, naturalmente esse tipo de alimentação costuma ser "low-carb" quando comparada à alimentação do homem atual, uma vez que restringe o consumo de várias fontes de carboidratos (grãos - cereais, leguminosas, sucos de frutas, doces, massas)”, enaltece Lais Murta.

 

ATENÇÃO!

As ‘nutris’ Lais Murta e Vanessa Lodi fornecem dicas preciosas para quem pretende investir na dieta paleo:

1 – Faça jejum durante duas vezes na semana, para potencializar o resultado da dieta, o ideal é fazer a última refeição às 20h e no dia seguinte começar às 13h com o almoço (totalizando 16 horas de jejum intermitente, já falamos sobre o jejum intermitente na edição nº46). Desta forma, o corpo reduz os picos de insulina e o acúmulo de gordura que auxilia na redução de peso e na gordura localizada.

2 – Indivíduos que estão com colesterol muito elevado, tanto colesterol total (CT) ou LDL não devem fazer este tipo de dieta por mais de 15 dias, pois houve o consumo de carnes à vontade e estes alimentos contêm maior nível de gordura saturada, colesterol e podem prejudicar os sintomas e tratamento.

3 – Não se preocupe com as gorduras: as mais importantes são as insaturadas, que trazem o efeito de reduzir o colesterol LDL, considerado ruim quando em grande quantidade, além de aumentar o HDL, conhecido como colesterol bom.

4 – Use e abuse dos peixes: principalmente os de águas profundas como sardinha, atum e bacalhau. Abuse também das oleaginosas, como castanhas, nozes, pistache, amêndoas e amendoim.

5 – Saiba usar os temperos: cebola, salsinha, alho, ervas e cebolinha, orégano, manjericão. Se possível evite o sal, por ser um produto refinado, quando muito necessário, inclua o mínimo possível (1 pitada).

 

LÍQUIDOS LIBERADOS!

Água:

Consuma 1 copo de água a cada 1 hora ajuda a enganar a fome até à próxima refeição.

Café sem açúcar:

O café ajuda a inibir o apetite e a queimar mais gordura. A dica é adicionar 1 colher (chá) de óleo de coco para que o café tenha efeito time release e queime gordura por mais tempo.

Chá sem açúcar: beba chá de cavalinha, hibisco, chá verde e abacateiro. Ajuda a emagrecer e também tem zero calorias.

 

Paleo de ovos e bacon, by Vanessa Lodi

Ingredientes:

4 ovos

1 colher (sopa) de manteiga Ghee

1 tomate

1/2 de uma cebola roxa

Sementes de girassol

1 colher (sopa) de tahini

Bacon não curado à vontade

Modo de preparo:

Adicione o bacon em tiras em uma frigideira e frite até que fiquem crocantes. Depois retire e reserve. Pique os tomates e a cebola e em uma frigideira com manteiga leve para refogar por uns dois minutos. Em uma vasilha bata bem os ovos e adicione à mistura dos tomates e mexa até ganharem consistência. Leve as sementes de girassol ao forno até torrarem, deixe esfriar. Depois adicione em cima dos ovos as sementes, o molho tahini, limão e sirva a seguir com o bacon.

 

FONTES CONSULTADAS:

Lais Murta: Nutricionista Funcional Clínica e Esportiva

Vanessa Lodi: Nutricionista, especialista em Emagrecimento e Rendimento Esportivo

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