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Entenda tudo sobre: Síndrome de Burnout

Pesquisas apontam que 30% dos brasileiros sofrem deste tipo de esgotamento profissional, com sintomas como estresse, fadiga e desmotivação no ambiente de trabalho

Entenda tudo sobre: Síndrome de Burnout Crédito: BANCO DE IMAGENS

1) SÍNDROME DO QUÊ?

Embora muitos ainda não saibam, mesmo que aparentemente normais, as dores de cabeça, as dores musculares, a exaustão emocional e o cansaço excessivo são alguns dos sinais de alerta para a Síndrome de Burnout, mais conhecida como esgotamento profissional. O termo burnout demonstra que esse desgaste danifica aspectos psicológicos e físicos da pessoa. Da tradução do inglês, ‘burn’ quer dizer queima e ‘out’ significa exterior.

Esse termo estrangeiro teve origem na década de 1970, batizado pelo psicólogo americano Herbert Freudenberger. Ele costumava descrever que as pessoas que trabalham em profissões de auxílio, como médicos e enfermeiras, por exemplo, - que tem consequências de estresse severo e os altos ideais vividos, sofrem muito, pois se sacrificam pelo próximo e muitas vezes acabam ‘queimados’, no sentido de se sentirem esgotados. “Trata-se de um distúrbio emocional. Umas das suas principais características é o estado de tensão e estresse crônico, vivenciados em um ambiente de trabalho com condições desgastantes. Por vezes a pessoa ocupa seu cotidiano com afazeres, tendo pouco tempo livre para atividades prazerosas”, complementa a psicóloga Camila de Cássia Ribeiro.

 2) ESTRESSE COMO CAUSA

Uma pesquisa realizada entre 2013 e 2014 pela International Stress Management Association (Isma) aponta que 72% dos entrevistados brasileiros sofrem com estresse e 30% deles apresentam a doença. As demissões em massa, em meio à crise econômica enfrentada há longos meses pelo Brasil, é um dos fatores que contribui para este cenário.

Com a competitividade do mercado de trabalho, muitos profissionais se sentem pressionados por melhores qualificações e a geração de bons resultados. Com isso, acabam assumindo cargas excessivas de atividades e responsabilidades para atender às exigências da empresa.

 3) DESMOTIVAÇÃO NO TRABALHO

A falta de motivação é um dos indícios deste tipo de esgotamento. Segundo a psicóloga Lívia Vieira, os profissionais que focam demasiadamente suas vidas no trabalho e, quando não conseguem o reconhecimento esperado, perdem o estímulo para desempenhar a função. “Essa desmotivação surge da falta de reconhecimento, ou seja, quando o colaborador é obstinado, faz de tudo para se destacar em seu emprego, procura dar o seu melhor e, com isso, passa a medir sua autoestima pela capacidade de sucesso profissional. Porém, ele se sente frustrado quando percebe que não é valorizado como gostaria”, explica.

 4) PROFISSIONAIS NA BERLINDA

A intensidade da doença varia conforme a carga que cada pessoa se impõe e nas próprias cobranças internas. Qualquer pessoa que vivencie um trabalho sobrecarregado, com atividades desgastantes. Entre as carreiras com mais profissionais diagnosticados com a Síndrome de Burnout estão: bombeiros, policiais, professores, bancários, médicos e enfermeiros, além de quem faz dupla jornada, e os que atuam com envolvimento interpessoal direto e intenso.  

Segundo Lívia Vieira, as possibilidades de tratamento variam de acordo com o estágio da doença, pois em alguns casos, o problema pode ser resolvido com auxílio de um psicólogo.  Em outros, é preciso tratar com medicamentos.

 5) OS SINTOMAS SÃO EVIDENTES

Um dos principais sintomas é o esgotamento físico e emocional. Ao longo do tempo, quando não tratada, a síndrome desencadeia mais sintomas psicológicos negativos. Segundo Camila de Cássia Ribeiro, alguns facilmente identificados são: mudanças bruscas de humor, irritabilidade, agressividade, lapsos de memória, ansiedade, depressão, isolamento social, palpitações, sudorese intensa, distúrbios gastrointestinais, pressão arterial alterada, dores musculares; e dependendo da gravidade, os sintomas podem ser mais intensos e potencializados com o estresse vivenciado no cotidiano. 

Com tanto esforço, é natural que o estresse aumente e o corpo dê sinais, podendo chegar a um nível severo de esgotamento, levando até à depressão. “Após tanto se dedicar, a capacidade física e mental do profissional começa a ficar debilitada, com estresse em fase aguda, afetando o psicológico. O corpo adoece, pois toda essa situação diminui a imunidade”, afirma Livia Vieira.

O diagnóstico pode ser feito pelo profissional de saúde mental, psiquiatra ou psicólogo. O tratamento pode ser feito com psiquiatra e uso de medicações, quando necessário e psicoterapia. “Também é importante incluir atividade física, alimentação saudável, busca por momentos de lazer e relaxamento”, explica a psicóloga Camila de Cássia Ribeiro.

 6) UM TRATAMENTO EFICAZ

A depressão é uma das mais antigas e comuns doenças mentais e psíquicas, e, atualmente, afeta mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) é, também, a causa principal de invalidez no planeta.

Apesar de agressiva, essa doença, assim como a Síndrome de Burnout, pode ser tratada de uma maneira especial. “O fato é que se trata de uma patologia devastadora, mas que, apesar da gravidade, também possui uma opção de tratamento barata e altamente eficaz: a prática de exercícios e de atividades físicas regulares”, afirma o professor e coach de Educação Física, Cristiano Parente.

 7) A ATIVIDADE FÍSICA COMO ALIADA

Segundo Cristiano Parente, durante a prática de uma atividade física, o organismo libera hormônios como a endorfina e a serotonina, neurotransmissores que dão sensação de prazer e amplo bem-estar, e que têm influência direta e efetiva no combate e prevenção de patologias como a depressão. 

“Para que tal remédio seja efetivo, é importante ressaltar que a dose seja dada regularmente. A prática de exercícios deve ser inserida na rotina, com a intensidade sendo modulada de acordo com cada pessoa, preferencialmente com o acompanhamento profissional”, complementa o professor e coah de Educação Física.

Para quem está no sedentarismo, qualquer atividade pode ser uma boa alternativa como, uma simples caminhada de 30 minutos três vezes por semana. Essa iniciativa certamente fará com que a produção desses hormônios se eleve, fazendo com que os neurotransmissores levem ao corpo e a mente mensagens ligadas ao bem-estar.

“Vale ressaltar que apesar de potente, esse antidepressivo natural deve ser levado como parte de um tratamento multidisciplinar contra essas patologias. A atividade física não substitui a busca e a orientação de um médico especializado e deve ser vista como um dos recursos para combater esse mal que aflige a milhares de pessoas em todo o mundo”, finaliza o coach.

 8) SAIBA COMO EVITAR A SÍNDROME DE BURNOUT

 Anote as dicas da psicóloga Livia e busque uma vida mais desacelerada, organizada, saudável e certamente feliz:

- Tenha um objetivo: se você trabalha por obrigação e não porque gosta e não sente satisfação ao executar as tarefas, terá mais chances de desenvolver a doença, pois a infelicidade profissional pode causar estresse crônico. Portanto, faça do seu local de trabalho um ambiente prazeroso e se mantenha motivado.

- Priorize suas atividades: coloque em primeiro lugar as demandas que realmente são importantes e simplifique a sua rotina. Muitas pessoas querem fazer tudo ao mesmo tempo, e por isso, acabam trabalhando em excesso e, assim, ficando mais cansadas.

- Se organize: tenha controle do seu tempo. Saiba separar a vida profissional da vida pessoal e sempre reserve um tempo para família, amigos e lazer.  

- Exercite-se: para eliminar o estresse adquirido no ambiente de trabalho, procure fazer atividade física, de preferência algo que você goste. Pode ser aulas de dança, arte marcial ou, até mesmo, uma caminhada em praças e parques.

 

FONTES CONSULTADAS:

Dra. Camila de Cássia Ribeiro: Psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

Cristiano Parente: Professor e coach de Educação Física

Dra. Lívia Vieira: Psicóloga do Hapvida Saúde

 

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