SAÚDE E SUPLEMENTAÇÃO INFANTIL

Suplementação Infantil: Diabetes infantil, o tratamento existe!

Não é só o adulto que pode sofrer com essa doença crônica. O tratamento desde pequeno, com alimentação regrada e prática de exercícios físicos é a garantia de sucesso

 Suplementação Infantil: Diabetes infantil, o tratamento existe!

O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma das doenças crônicas que mais afeta a população infanto-juvenil, mostrando aumento de sua incidência em todo o mundo. Um estudo multicêntrico, coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstra esse aumento no período de 1990 a 1999, entre crianças de até 14 anos de idade. Muito recentemente o diabetes do tipo I era conhecido como diabetes juvenil ou infantil.

Atualmente muitas crianças e jovens vêm sendo diagnosticados com o diabetes do tipo II, comum apenas em adultos e em pessoas mais velhas. Diabetes é uma condição na qual a produção do hormônio insulina é insuficiente ou sua ação é barrada e dificultada. A insulina é produzida no pâncreas e é responsável por transformar o açúcar no sangue em energia para o organismo funcionar.

A insulina produzida pelo pâncreas transforma o açúcar dos alimentos (carboidratos) em energia e, quando não há a produção de insulina ou essa é insuficiente, o açúcar fica em excesso na corrente sanguínea, o que caracteriza diabetes.

A quantidade de hormônio depende da quantidade de açúcar, sendo que quanto mais comida com glicose ingerirmos, mais insulina teremos no corpo. Por exemplo, alimentos ricos em glicose são a batata, o arroz, as bolachas e os doces.

O diabetes do tipo I é mais comum em crianças e possui um aparecimento súbito. Geralmente está relacionado a falta ou pouca produção de insulina. Já o do tipo II é considerado hereditário e surge quando as células se tornam resistentes à ação do hormônio.

DIAGNÓSTICO DO DIABETES INFANTIL

Segundo pesquisa realizada pela International Diabetes Federation (IDF), no mundo, cerca de 200 crianças são afetadas diariamente pela doença. Para este público, o diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é o mais comum. No entanto, tem ocorrido um aumento dos casos de diabetes tipo 2 (DM2) nessa faixa etária, devido ao aumento da incidência de obesidade na infância e adolescência.

Quanto antes se diagnostique o diabetes, mais eficaz será o controle da doença na criança. Por isso, se notar alguma alteração no comportamento do seu filho, procure um médico. Se o diabetes não for detectado e tratado a tempo, ele poderá causar uma mudança brusca na taxa de glicose no sangue.

O diabetes normalmente é diagnosticado mediante uma análise que mede os níveis de glicose no sangue. A análise se realiza estando em jejum na noite anterior. Para o diabetes tipo 2, faz-se uma prova de tolerância oral à glicose.

É preciso ficar atento aos primeiros sinais dos sintomas, de forma a manter a situação sob controle. Quanto mais cedo o diabetes for detectado, melhor ele será controlado e as complicações evitadas.

Dentre os sintomas do diabetes infantil podemos destacar:

? Muita sede? Aumento de fome? Aumento rápido dos níveis de açúcar no sangue? Emagrecimento ? Vontade frequente de urinar? Sonolência? Fraqueza, cansaço e tonturas? Câimbras e formigamentos

Quando a glicose está em excesso no sangue da criança ela sente sede; já quando está em falta ela tende a sentir suores, tremores e taquicardia. É muito importante ficar atento a estes sinais para que a condição seja controlada.

TRATAR É PRECISO

O tratamento é diferente segundo o tipo do diabetes. Para o diabetes tipo 1, o tratamento normalmente é à base de aplicações de injeções de insulina diárias. O conteúdo depende muito da necessidade do paciente. Ao mesmo tempo faz-se o controle do nível de glicose no sangue. O monitoramento da quantidade de glicose no sangue é também imprescindível para o controle da condição.

Para o tratamento do diabetes tipo II em crianças ou adolescentes é necessário um plano alimentar individualizado e adaptado para cada criança seguindo sua faixa etária e suas necessidades específicas, além de incentivo a prática de atividades físicas.

Independente do tipo de diabetes, o tratamento baseia-se em uma alimentação saudável e na prática de atividades físicas, incluindo as brincadeiras. Tratando-se de crianças e adolescentes, os pais têm papel indispensável nesse tratamento, participando de todo o processo.

A dieta é frequentemente o motivo de dificuldades e falta de aderência ao tratamento do diabetes. O plano alimentar proposto deve ser realista e razoável, levando em conta os hábitos culturais da família.

Recomenda-se que a dieta contenha 50-55% do seu conteúdo calórico como carboidratos, com menos de 10% na forma de açúcar refinado, 10-15% como proteínas e 30-35% como gorduras, em cinco a seis refeições por dia, sendo três refeições maiores e de dois a três lanches menores conforme a faixa etária. O consumo de fibras deve ser encorajado desde a primeira infância, o que tende a diminuir o consumo calórico total devido à sensação de saciedade. É fundamental ter cuidado com a alimentação e praticar exercícios físicos. Adoçantes podem ser utilizados já a partir de 1 ano de idade.

A garotada com diabetes pode e deve levar uma vida normal e, se necessário, fazer o uso de medicação (insulinas). A família e as pessoas mais próximas são a base para que isso ocorra de uma forma natural. Afinal é possível adaptar o diabetes a rotina da criança.

Mantenha a sua saúde e a saúde da sua família sempre em dia. Consulte um médico periodicamente e realize exames de rotina. No tratamento também se implica o estado emocional, social, além do médico e do paciente. Para que um tratamento seja efetivo, é necessário um trabalho educativo realizado entre pais, familiares, médicos, professores e todos que tenham um contato mais direto com as crianças.

Crianças com diabetes podem e devem levar uma vida normal, basta seguir o tratamento à risca e frequentar consultórios médicos. Para lidar com o diabetes é preciso ter disciplina e é fundamental a ajuda dos pais e dos amigos nesta hora.

 

Danilo Hessel Sanches do Prado

Nutricionista Clínico e Esportivo

Graduado em Nutrição pelo Centro Universitário São Camilo, Especialista em Nutrição Humana e Terapia Nutricional pelo Instituto do Metabolismo (IMEN) CRN3 31329

Comentários