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Verão exige cuidados especiais com os pets

Horário adequado para os passeios, hidratação, alimentação e prevenção de doenças são fundamentais para manter cães e gatos saudáveis no período mais quente do ano

Verão exige cuidados especiais com os pets

O verão vem, a cada ano, surpreendendo pelas altas temperaturas e, com o aumento do calor, também devem ser maiores os cuidados com os pets nesse período. Se os dias quentes são convidativos a passeios ao ar livre, viagens e brincadeiras na praia e com água, o bem-estar do pet requer atenção dos tutores.

Uma das recomendações dos médicos-veterinários é evitar caminhadas e passeios nos horários mais quentes, quando o sol está alto. É importante lembrar que a temperatura da calçada e do asfalto é muito maior que do ar e pode causar lesões graves por queimadura nos coxins (as “almofadinhas das patas”). Além disso, o cão pode sofrer fadiga e desidratação. Dê preferência a períodos do dia com temperaturas mais amenas e, mesmo assim, faça pausas para hidratação e descanso na sombra.

De acordo com o Dr. Rodrigo Mainardi, conselheiro e membro da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), os animais precisam ingerir no mínimo 60 ml de água por quilo de peso por dia. “Ou seja, um animal de 5 kg deve ingerir, no mínimo, 300 ml de água limpa e, de preferência, fresca por dia. Uma dica é colocar cubos de gelo nos potes de água para mantê-la fresquinha por mais tempo”, diz.

O médico-veterinário esclarece ainda que cães de focinho curto, como pugs e buldogues, são raças que têm, por natureza, maior dificuldade na perda de calor do corpo e, portanto, sofrem mais com o calor. “É preciso ter muita cautela e ficar atento ao ritmo da atividade, respeitando sempre o limite do cão”, destaca.

Outro risco são os passeios de carro. É comum os tutores deixarem os animais dentro do carro fechado, sem ventilação. “Isso é altamente perigoso. A hipertermia (aumento da temperatura corporal) pode levar a uma queda de pressão e o pet pode desmaiar ou até mesmo sofrer uma parada cardíaca”, alerta Mainardi.

Para quem tem piscina em casa, o verão pede brincadeiras refrescantes. O alerta nesse caso é em relação à ingestão da água da piscina, que é carregada de cloro e outras substâncias químicas prejudiciais à saúde do pet. Uma dica para driblar a curiosidade do pet é deixar água sempre disponível para o animal, trocando várias vezes ao dia. É preciso também supervisionar os animais nessas brincadeiras na piscina para que não ocorram acidentes.

Gatos gostam de água corrente. Além da troca constante da água do bebedouro para ficar sempre fresquinha, pode se ter uma pequena fonte para ambiente interno que servirá de incentivo ao consumo.
Se o animal apresentar mudanças de comportamento ou problemas de saúde causados pelo calor, o tutor deve levar o animal para um médico veterinário.

Alimentação

É comum em dias quentes que o animal diminua o apetite e passe a comer menos. A recomendação é e escolher um horário do dia mais fresco para a oferta da comida. O tutor precisa ficar atento se o animal manifesta fome, mas rejeita a ração. “Desconfie, pois ração industrializada e comida caseira podem sofrer alterações com o calor, causando diarreias e vômitos ao animal”, ressalta Mainardi.

Doenças de verão

Atualmente, o Brasil é um País endêmico para a leishmaniose, segundo Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença é transmitida por um mosquito. “Se picado, o animal torna-se uma fonte de infecção dentro de casa", alerta o médico-veterinário do CRMV-SP. A prevenção, além da constante higiene do local, inclui o uso de coleiras repelentes contra o mosquito e vacinas.

Outra doença bastante preocupante é a dirofilariose, que infecta os cães pela picada de outro mosquito. Também conhecida como “verme do coração”, esta enfermidade é muito comum em cidades litorâneas e de clima quente, sendo que São Paulo está entre as regiões com maior prevalência do parasita Dirofilaria immitis.

“Após a picada o parasita aloja-se no ventrículo direito, na artéria pulmonar e na veia cava do cachorro. Dependendo do grau de infestação, os parasitas poderão provocar uma redução considerável da função cardíaca, dificuldades respiratórias e uma tosse crônica”, explica o médico-veterinário.

Apesar de não haver vacina, a doença pode ser evitada também por meio do uso de coleiras repelentes. “Quando o tutor for levar o pet para áreas endêmicas da doença o ideal é também procurar um médico-veterinário para tratamento preventivo”, finaliza Mainardi.

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