SUPERAÇÃO

Superação: Erik Armiliato

Erik Armiliato mantém uma rotina regrada de treino, mesclando musculação, aeróbico e luta. Hoje ele é um vencedor!

Superação: Erik Armiliato Erik faz um malabarismo para não furar os treinos
Crédito: ARQUIVO PESSOAL

“Sou natural de São Paulo e em 2012 me mudei para Recife, onde moro até hoje. Trabalho com coordenação de marketing e eventos de uma livraria, sou DJ e toco música eletrônica, viajando todo o Brasil. A minha maior superação até hoje, foi a cura de um linfoma de Hodgkin, um câncer de nível 3, numa escala de 1 a 5.

A doença afetou meu sistema linfático no pescoço com dois nódulos de 5cm em cada lado, mediastino com 19cm de alargamento, baço com 5cm e pequenos nódulos no pulmão de 2cm cada. Sempre fui muito ligado em saúde e estranhei quando comecei a emagrecer muito, ter sudorese noturna e febrões. Foi aí que descobri o câncer e que comecei meu tratamento no ano de 2009. Fiz um protocolo quimioterápico chamado BEACOPP, em que eram usadas diversas drogas para derrubar a doença no meu organismo. Fiz um ano de tratamento, tive que sair da universidade, voltar a morar com meus pais, deixei de sair por causa da imunidade, engordei 20kg. Com o tratamento, perdi os cabelos e tinha grandes crises de enjoos, tonturas...

Minha família foi muito mais do que família. Minha mãe já faleceu e quem cuida de mim desde criança é minha ‘boadrasta’, que foi tão forte quanto eu neste caminho de cura. O tratamento foi todo feito na cidade de Florianópolis e todos os dias tínhamos que sair de casa às 4h30 da manhã para fazer o tratamento que começava às 8h. Todos os dias era uma longa viagem e ela sempre foi comigo e foi muito mais que mãe, ela foi amiga. Meu pai tinha problemas cardíacos e não poderia estar viajando comigo. Alguns amigos iam comigo às vezes, minha irmã quando podia também me acompanhava. Não se pode fazer quimioterapia desacompanhado.

Meu tratamento quimioterápico durou um ano. Realmente é uma experiência que muda toda sua vida, você começa a enxergar o mundo e as pessoas de uma forma mais humana, não que eu fosse uma pessoa desligada deste assunto, mas você fica muito mais sensível. Me lembro do Natal que passei na sala de quimioterapia, estava eu, minha mãe e mais alguns pacientes fazendo a sessão de quimioterapia e de repente surge um coral de idosas cantando músicas natalinas e falando de amizade e amor. Naquele momento não teve uma pessoa na sala que segurou as lágrimas. São experiências como esta que fazem você criar um laço de afeto e amizade com as pessoas que estão ao seu redor. Muitas vezes você não precisa falar nada para quem está ao seu lado, só um sorriso já pode mudar o dia de uma pessoa.

Chegando próximo ao final do tratamento com a quimioterapia eu teria que iniciar as sessões de radioterapia, onde seria irradiado todo o meu peito e pescoço, cheguei a fazer marcas tatuadas no peito para começar o tratamento, porém a médica solicitou que eu fizesse um exame chamado PETSCAN que na época só tinha em São Paulo e outras capitais mais longe de Santa Catarina e nenhum plano de saúde cobria o valor do procedimento, que custava quase R$4 mil. Esse exame faz uma varredura no organismo e onde tem tumor ele brilha. Fui para São Paulo e uma tia minha foi comigo ao hospital, o procedimento durou quase uma semana e quando saiu o resultado eu nem acreditava no que lia, deu tudo negativo, não brilhou nada nas radiografias e eu estava curado. Eu fiquei tão nervoso que não consegui nem discar no celular para minha mãe.

Hoje minha vida é totalmente normal. Trabalho com eventos, estudo e tenho minha vida social normal. Fiquei com alguns problemas de retenção hídrica, após o tratamento e tive disfunção hormonal, mas isso tudo resolvi com o tempo.

O esporte foi um fator fundamental para a minha luta contra o câncer. Até durante o tratamento quimioterápico eu brigava com a minha médica porque queria pelo menos poder correr na praia. Após terminar o tratamento, minha médica me liberou e em dois meses eu voltei com tudo. Corrida, musculação e depois de um tempo kickboxer.

O esporte não é simplesmente o fato de ficar com um corpo legal. Você esquece dos problemas, quando você está correndo a cabeça fica a mil, sinto uma sensação incrível. Alguns amigos dizem que fico com cara de bobo porque às vezes corro sorrindo e cantando. Sem dúvida nenhuma, o esporte e a alimentação saudável foram fundamentais no processo de cura e no processo psicológico”.

VENCENDO E APRENDENDO

Erik Armiliato pode se intitular um vencedor, afinal ter um câncer e sobreviver a ele diante de tantos diagnósticos pessimistas é mesmo uma vitória. Com o esporte sendo um fator determinante em sua vida, Erik não só garantiu através dele a cura, mas um novo modo de viver de bem com a vida. “Em primeiro lugar o esporte me ensinou o respeito. E não só respeito com as pessoas, mas com você mesmo. Seus limites e até onde seu corpo pode ir. O cuidado com a saúde, o bem estar, o convívio com as pessoas que praticam atividades e procuram os mesmos resultados”, diz.

Atualmente, o DJ é adepto de corridas em HIIT, musculação todos os dias, kickboxer e AEJ três vezes por semana. Ele conta com o acompanhamento de dois profissionais de Educação Física, Wagner Assunção e Caio Vinicius. “Eles são ótimos porque sabem que gosto de desafios e sempre colocam um treino diferente e mais intenso pra mim”, conta. E o merecido descanso sempre acontece aos domingos.

Erik faz um malabarismo para não furar os treinos, devido à rotina intensa de estudo, trabalhos e viagens. “Viajo sempre para outros estados para tocar e isso me consome sempre dois ou três dias. Quando chego ao hotel, vou pra academia de lá ou mesmo tento correr na rua para não ficar sem treinar. Sempre levo marmita nas viagens. Já fui até parado em aeroporto porque estava com potes com peito de frango cozido, batata doce, ovos e farinha de tapioca para preparar crepioca no micro-ondas. Chega a ser engraçada a reação do fiscal do aeroporto”, conta.

Quando tem tempo de sobra, Erik treina em média uma hora de musculação, no máximo 20 minutos de HIIT ou 20 minutos de AEJ e uma hora e meia de kickboxer. Para aguentar essa rotina bem puxada, ele conta com o auxílio da nutricionista Laiz Cabral. No cardápio assinado por ela, Erik faz sete refeições no total, sendo café da manhã, pré-treino, pós-treino, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e a ceia, num total de três mil calorias. Parece muito, né? Mas o volume de treino do rapaz dá muita fome segundo ele. E toda essa alimentação deve ser mesmo supervisionada, já que ele ganha peso facilmente.

“Já fui obeso. Com 17 anos eu pesava 99kg. Então tenho essa tendência. Toda família do meu pai é de obesos e com problemas cardíacos, por isso eu me cuido muito nesse aspecto”, conta. Mesmo com uma vista mais grossa em cima de Erik, a nutricionista dá a ele um dia de off a cada 15 dias. “E eu vou lá no calendário e marco ele. Realmente as vezes é de ficar doido!”, diz.

“Infelizmente se alimentar saudável hoje em dia é caro e estou sem patrocínio neste ano. Mas mantenho o corpo livre de álcool e drogas. Cuido muito para evitar frituras e farinha branca. Retirei pães da dieta, até mesmo os integrais. Não bebo refrigerantes e sucos com açúcar refinado”, conta o DJ. Para ele, a suplementação alimentar tem total importância nessa nova fase de sua vida. Ele investe em vitaminas, Ômega 3, porção de batata doce e 6 claras de ovos antes do treino, além de BCAA e glutamina. Logo após o treino, proteína isolada, waxy maize, BCAA e vitamina C.

“Ela reflete nos resultados limpos e mais visíveis. Você não fica desgastado com o volume de treinos. Suplementação é de vital importância para o desempenho do atleta. Tem épocas do ano que mudo um pouco o tipo de suplementação. Troco o tipo de proteína, faço uma alimentação mais rígida ou mesmo relaxo um pouco para depois voltar com tudo. Às vezes somente o dia do lixo não é suficiente e precisamos modificar a dieta e a suplementação para dar um up no organismo”, conta ele.

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