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Hortifruti de A a Z: Alho: O poder em 4 letras

Dividido em diferentes categorias, o alho é um grande aliado da saúde, podendo reduzir os riscos de infarto ao mesmo tempo em que age na prevenção do câncer

Hortifruti de A a Z: Alho: O poder em 4 letras O alho cozido não possui os mesmos efeitos do alho cru
Crédito: BANCO DE IMAGENS

Se você é do tipo de pessoa que torce o nariz para o alho, saiba que não deveria, pois ele é um aliado poderoso da sua saúde. Se por aqui ele não é uma unanimidade, existem lugares no mundo onde seu consumo é mais habitual do que se imagina. Na Grécia, por exemplo, é normal encontrar nativos que comem dentes de alho crus como aperitivo.

“Os benefícios do consumo de alho são reconhecidos há milhares de anos e comprovados através de pesquisas. No Brasil, apesar de ser muito usado como tempero, poucos têm o hábito de comer alho cru. Uma pena, pois ele tem propriedades funcionais fantásticas: alimenta e protege nosso organismo de várias doenças quando consumido regularmente”, explica o nutricionista Rodolfo Peres.

Segundo ele, o alho possui vitaminas A, B1, B2, C e minerais como cálcio, enxofre, iodo, magnésio, selênio, sódio e zinco. Ele ajuda a regular os níveis de triglicerídeos e colesterol, a equilibrar o funcionamento intestinal, desintoxicar o organismo, controlar a pressão arterial, glicemia, asma, bronquite e pneumonia. “Sem falar que é um excelente remédio para prevenir gripes e resfriados”, diz Peres.

O alho, de forma geral, tem em sua composição uma série de vitaminas, como A, B1 (tiamina), B2 (riboflavina), C (ácido ascórbico), PP (niacina) e minerais: cálcio, enxofre, germânio, iodo, magnésio, selênio, sódio e zinco, além dos compostos biologicamente ativos, como a alicina. Mas somente o alho negro tem esse poder antioxidante.

“Ele auxilia no gasto calórico corporal, inibe enzimas que no fígado participam da produção de gordura, ou seja, menos colesterol se forma, menor a formação de gordura hepática e menor a deposição de gordura nos demais órgãos do corpo”, conta a nutricionista Cristina Trovó. Segundo a nutricionista Flavia Salvitti, as características individuais do alho são modificadas de acordo com as condições de cultivo, do solo, da temperatura, do período de chuvas, altitude e do tempo de cada lugar. “Encontramos os mais populares como alho negro, alho poró e bafo de leão”, diz.

O ALHO NEGRO

O ano era 2006 e foi no Japão que houve o grande ‘boom’ do alho negro. Nos Estados Unidos existe um projeto intitulado Designers Food, do Instituto Nacional de Câncer, descobriu que o alho é o produto que mais previne o câncer. Após essa descoberta, perceberam que após fermentado, ele potencializa estes componentes antioxidantes. Após passar por um processo de fermentação, o alho natural adquire uma coloração escura e vira o alho negro.

“Ele é uma fonte de selênio, que atua sobre o sistema imunológico e o fortalece. Além da ação antioxidante, que combate os radicais livres, esse tipo de alho reduz a pressão sanguínea, a síntese de colesterol, os níveis da glicemia em jejum e da hemoglobina glicada, é antiviral, antifúngico, favorece o aumento do gasto calórico e há indícios que previne o câncer”, afirma a nutricionista Cristina Trovó.

O alho negro pode ser consumido de muitas formas diferentes, em pratos quentes ou frios, saladas, pizzas, refogado com brócolis ou outros legumes. “Nosso alho não é pasteurizado. Sendo assim, mesmo depois de embalado, o produto continua em seu processo de fermentação, o que o deixa ainda melhor com o tempo e é também descascado”, explica Fernando Kondo, da empresa Alho Negro do Sítio.

QUERO SAÚDE. EU COMO ALHO!

O bulbo do alho intacto contém poucos componentes ativos, mas o corte ou trituração do bulbo desencadeia a formação de uma série de componentes que participam de complexas reações químicas no nosso organismo. Para aproveitar bem suas propriedades, o ideal é triturar, amassar ou picar o alho e deixar 10 minutos em repouso antes do preparo. Esse é o tempo para permitir a ação da alinase, processo que converte a aliina em alicina.

“A alicina é responsável pelas propriedades medicinais do alho. Seu poder bactericida já era conhecido bem antes da descoberta dos antibióticos modernos, quando o alho era utilizado em infusões para tratar uma diversidade de problemas médicos de natureza infecciosa, como a tuberculose, por exemplo. O único inconveniente da alicina é o cheiro forte, que nos leva a associar a ingestão de alho com mau hálito”, explica Rodolfo Peres.

O alho cozido não possui os mesmos efeitos do alho cru. O aquecimento diminui a ação da aliinase. Por isso, Rodolfo Peres recomenda: “Consuma o alho cru, em saladas e sanduíches. Dois dentes pequenos por dia são suficientes. Se você não é muito fã de mastigar alho puro ou não suporta o cheiro, pode optar pelas cápsulas de óleo de alho”, afirma.

O alho pode ainda ser usado como tempero para escaldados, frituras, assados e cozimento no vapor; usado em molhos apenas para fornecer sabor e ser retirado antes de servir. “Para quem preferir, pode ser servido assado e ingerido sem acompanhamento, com ou sem casca. Há também a opção de consumi-lo como guarnição de carnes ou ainda picado”, sugere Flavia Salvitti.

Fontes consultadas:

Cristina Trovó: Nutricionista Fernando Kondo: Empresa Alho Negro do SítioFlavia Salvitti: Nutricionista do Hospital San PaoloRodolfo Peres: Nutricionista esportivo

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