PALAVRA DO ESPECIALISTA

Palavra do Especialista: Exercício físico ao ar livre, não se esqueça dos cuidados com a pele

Sentir a natureza na hora de se exercitar é uma opção, mas pensar na saúde da sua pele é primordial

Palavra do Especialista: Exercício físico ao ar livre, não se esqueça dos cuidados com a pele

Prof. Dr. Carlos Alberto SilvaDoutor em Ciências Fisiológicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é professor titular do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Metodista de Piracicaba.

Por mais amplo que seja o conceito de vida saudável, é consenso que a alimentação adequada e a constância na prática de exercícios físicos, formam a base para quem busca qualidade de vida. Diversas modalidades de exercícios não necessitam de aparelhos especializados e nem lugares primorosos com sistemas informatizados que avaliam funções orgânicas e controlam o desempenho, mas podem ser praticados ao ar livre em praças ou parques, permitindo se exercitar dentro de uma ampla variedade de alternativas que ajudam a renovar e revitalizar as energias, fazendo parte dos hábitos saudáveis.

Quando praticamos atividade física ao ar livre, ficamos expostos ao sol e a pele é o órgão primariamente afetado, merecendo especial atenção e orientação sobre proteção solar, por parte de profissionais da saúde. Quando nos referimos à pele sabe-se que é um órgão que cobre nosso corpo atingindo uma área de 1,7m2 o que corresponde a 16% no peso corporal adulto. Trata-se de um órgão vital que exerce múltiplas funções tais como: impermeabilização, proteção, regulação térmica, defesa, controle do fluxo sanguíneo, proteção contra diversos agentes do meio ambiente, além de funções sensoriais.

Esta importante estrutura apresenta camadas bem distintas sendo a epiderme a camada mais externa e sem vasos sanguíneos, garantindo resistência aos traumatismos, ao atrito bem como à distensão. A derme é a segunda camada localizada mais internamente sendo vascularizada e responsável pela elasticidade, sustentação e nutrição da epiderme, além de apresentar estruturas denominadas de receptores que detectam sinais como é o caso da dor, do frio, do calor, entre outras. Por fim, temos a hipoderme que é um tecido profundo e rico em fibras e células adiposas (ricas em gorduras).

Atualmente passamos por um período com intensa radiação solar em fases distintas do dia, promovendo a alta incidência de raios ultravioleta, e estes, ao atingir nossa pele, penetram profundamente desencadeando agudamente diversas respostas teciduais, tais como queimaduras solares ou bronzeamento, e ainda, a longo prazo causam envelhecimento cutâneo e alterações celulares que podem, através de mutações genéticas, predispor ao câncer da pele.

Dentre os danos gerados pela exposição à radiação solar destacam-se alterações nas estruturas celulares e cutâneas, com especial ação sobre as fibras colágenas e de elastina, responsáveis pela elasticidade da pele, as quais se tornam flácidas provocando a formação de rugas, linhas de expressão e manchas na pele que podem apresentar tonalidade marrom, amarelada, branca, com ou sem relevo.

Com relação aos principais transtornos gerados pela exposição aos raios ultravioleta sem proteção, destacam-se a melanose solar, melasma, fitofotodermatose, queratose e as manchas senis, vamos conhecer suas características.

Melanose solar: São manchas de tonalidade escuras, apresentando coloração que varia do castanho ao marrom, geralmente são pequenas, mas podem chegar a alguns centímetros de tamanho. Não devemos confundir com melasmas, que são manchas de sol de tom marrom provocadas pelo excesso de exposição solar ao longo da vida. Trata-se de uma alteração cutânea muito comum, que pode acometer qualquer pessoa, porém tem sido observado que mulheres têm mais risco de desenvolvê-lo, principalmente em período de gravidez, na reposição hormonal bem como nas usuárias de contraceptivos orais.

Fitofotodermatoses: São manchas causadas após a exposição solar que resultam em inflamação, quando a pele entra em contato com frutas cítricas, como limão surgindo uma mancha de tom castanho sem provocar coceira nem ardência e pode levar até um ano para desaparecer.

Queratose actínica: Uma ferida de textura áspera, de cor avermelhada ou esbranquiçada, que não se cura e aparece em locais não cobertos pela roupa, como nuca, rosto, colo e braços. As manchas senis apresentam coloração com tonalidade marrom, sendo arredondadas e de vários tamanhos. Estas podem surgir na pele das mãos, nos braços e no pescoço, surgindo a partir dos 40 anos, principalmente se você não se cuida quando se expõe ao sol, e tem efeito cumulativo sendo mais visíveis em pessoas de pele clara.

É preciso cuidados para evitar as manchas, tais como: Utilize diariamente um protetor solar, mesmo quando o dia está nublado; não traumatize a pele espremendo cravos e espinhas; não se exponha ao sol se manipulou frutas cítricas; tonifique e hidrate a pele diariamente utilizando produtos específicos para o seu tipo de pele; mantenha uma alimentação adequada e beba muita água.

Como se proteger contra a radiação solar: Use os filtros solares que uma vez aplicadas sobre a pele protegem contra a ação dos raios ultravioleta do sol. Vamos esclarecer: Fator de Proteção Solar (FPS) é um número atribuído pela indústria farmacêutica e pode variar de 2 a 100 e mede a proteção contra os raios ultravioleta B (UVB), responsáveis pela queimadura solar, mas não protegem contra os raios ultravioleta A (UVA), ou seja, a pele, quando exposta ao sol sem proteção, leva um determinado tempo para ficar vermelha e quando se usa um filtro solar com FPS 15, por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha.

FIQUE LIGADO NAS DICAS!

• Apenas os raios UVB causam as queimaduras solares, assim, se sua pele não ficou vermelha, não significa que sua pele não sofreu a ação danosa da radiação ultravioleta, porque o UVA não causa queimaduras, mas danifica a pele.

• Aquele sol fraco do inverno que parece não causar problemas porque você não se queimou, na verdade também está prejudicando sua pele favorecendo, principalmente, o envelhecimento.

• Evite se expor ao sol entre 10h e 15h, por ser o pior horário de exposição devido à grande intensidade da radiação UVB, causadora do câncer da pele.

• Exercite-se sempre protegido do sol, pois a qualidade de vida também envolve pele bonita, alimentação, proteção solar e suplementação.

 

Prof. Dr. Carlos Alberto Silva

Especialista

Doutor em Ciências Fisiológicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é professor titular do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Metodista de Piracicaba.

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